O problema das horas

Olá povo,

Hoje vamos falar tudo sobre as "horas". Sim, muita gente se confunde com isso. Como é algo comum, do nosso cotidiano, acho que vale a pena falarmos disso.

1º) O problema da crase 

Nós usamos a crase somente se não tiver preposição antes:

Bacileia irá ao mercado às 20h para comprar um enlatado 
Bereteneu irá ao mercado até as 20h para comprar um enlatado 
(como tem a preposição "até" antes do "as", o "as" não tem crase). 


2º) Plural e Singular

O verbo concorda com o tempo

É 1h da tarde/ São 2h da tarde 
Falta um minuto/Faltam dois minutos (e não "falta 2 minutos")
Deu 1h da tarde/Deram 13h da tarde quando Doriveu comprou seu carro "tunado" 

Típico veículo após ser submetido aos serviços
da Brega-Brega Serviços Automotivos
3º) Minutos para...

Agora, vem o mais estranho: a informação dos minutos que faltam para chegar a uma hora exata. Todo mundo fala "o filme começa às 5 para as dez", mas o certo é "o filme começa aos 5 para as dez", pois fica subentendido "o filme começa aos 5 minutos para as dez horas".

Berinete saiu de casa aos 15 para as 11 da manhã para comprar um gato de estimação rico. 



Créditos das imagens (na ordem em que foram apresentadas)
na foto

lipesblog.com
na foto

Dúvida do Internauta

Olá povo,

Hoje vou responder uma pergunta dos nossos internautas (para enviar sua dúvida, basta usar o formulário de contato no final do Blog do Gramaticando ou do VinicBlog).

E a pergunta é: "É correto usar a expressão 'que nem' no lugar do 'como'?" 


O Gramaticando respode: SIM, mas cuidado com as circunstâncias.

Abaixo, vem a explicação:


A expressão "que nem" pode funcionar sim como uma conjunção subordinativa comparativa (em outras palavras, estabelece uma ligação entre a oração subordinada adverbial com a principal). 

Em outras palavras, tem o mesmo valor de "como". 

Porém, lembro-te que "que nem" (principalmente) e "como" devem ser evitados em redações e dissertações, por exemplo. São expressões mais coloquiais (do povão). 

"Frederica correu do cachorro que nem o carteiro"

"Frederica correu do cachorro como o carteiro". 

Veja que o uso do "que nem" e do "como" é mais característico da fala, da linguagem coloquial: não soa muito bem, não fica muito bonito. Numa dissertação, tu poderias escrever:

"Frederica correu do cachorro do mesmo modo que o carteiro correu dele". 
"Frederica correu do cachorro da mesma forma que o carteiro correu dele". 



Veja que está mais "chisk", por assim dizer. Está mais... completo, entende? Usar "que nem" ou "como" poderia resultar numa perda de pontuação em "adequação vocabular" numa dissertação.   

Para enviar sua dúvida, basta fazer a pergunta no nosso formulário de contato ao final do blog.

Imagem: caninablog.wordpress.com

Discurso direto, indireto e indireto livre

Tags: tipos de discurso, discurso direto, discurso indireto, discurso indireto livre 

Olá povo,

Hoje nós vamos falar sobre os tipos de discursos. Para que serve isso? Serve para duas coisas: escrever um livro (ou qualquer narrativa) ou para fazer prova de português. Legal, não?

DISCURSO DIRETO

Como o nome diz; é diretão mesmo! Aparece a fala direta das personagens, usando travessão, por exemplo:

Frederico disse ao Jurandimar:
─ Pode mandar a bola, meu chapa! Deixa comigo que eu a pego! 




DISCURSO INDIRETO 


Como o nome diz, é indireto: a fala da personagem é apresentada de forma "indireta" através do narrador. 


Frederico disse ao Jurandimar que poderia lançar a bola. 



DISCURSO INDIRETO LIVRE

É quando a fala da personagem se confunde com a fala do narrador. Ou seja: você não sabe se o pensamento é do narrador ou da própria personagem.

Frederico olhou para Jurandiro, dizendo para mandar a bola, 
mas parecia que seria inútil dizer aquilo. Coitado...

Eu pergunto: é o narrador que acharia inútil dizer ou o Frederico? É isso que caracteriza o discurso indireto livre. Quem foi que disse "coitado"? O Frederico ou o narrador ou os dois?

Verbatin!


As explicações nas postagens possuem, de forma estratégica, caráter informal e coloquial para preservar o conceito autor-leitor, que faz parte do modelo expressivo cultivado pelo blog. Leve em consideração o conteúdo da postagem e não a forma em que ela será apresentada. 

Crédito das imagens na ordem em que foram apresentadas
100assunto
lugardohumor.blogspot.com

Transitividade Verbal

Olá povo!

Na postagem passada, nós falamos a respeito de sujeito. Hoje vamos falar de transitividade verbal. Os verbos sempre acompanham o sujeito (afinal, toda oração tem verbo), expressando ação ou estado. Eles podem ser divididos em dois grupos principais: os transitivos e os intransitivos. Para tanto, precisamos entender a ideia da exigência do complemento (que será estudado melhor na próxima postagem).  

1) Verbos Intransitivos

São verbos que têm sentido completo e não precisam de complemento para você entender o sentido da oração.

Frigobertino morreu



O verbo "morrer" é intransitivo: não precisa de mais nada depois dele. Você conseguiu entender que Frigobertino bateu as botas, partiu dessa para melhor (ou pior...). 

Então, se eu disser "Frigobertino morreu", você entenderá perfeitamente que ele morreu. Logo, o verbo "morrer" é intransitivo: não precisa de nenhum complemento para fazer com que a oração tenha sentido. Entendeu?


2) Verbos Transitivos

Por outro lado, os verbos transitivos, ao contrário dos intransitivos, precisam de um complemento para darem sentido à oração.

Frigobertino morreu 
(intransitivo: não precisa de complemento) 

Frigobertino preparou 
(transitivo: preparou o quê? A oração, se parar em "preparou", não tem sentido. 
É preciso especificar o que ele preparou)

Se eu chegar para uma pessoa e falar "João morreu", a pessoa vai entender o sentido da oração (João "não está mais entre nós"). Agora, se eu chegar para a pessoa e falar "João preparou", ela vai me olhar com cara de paisagem e não vai entender o que eu disse. Então, surge a pergunta: João preparou o quê?

Portanto, o verbo "preparar" é transitivo: precisa de algo (um complemento) para ter algum sentido. 

Frigobertino preparou uma salada de cachorro

Típico prato da Brega-Brega Restaurantes LTDA

Temos, aí:

Frigobertino (sujeito)
Preparou (verbo transitivo)
Uma salada de cachorro (complemento exigido pelo verbo transitivo para dar sentido completo à oração).

Entendeu? Verbo transitivo: exige um complemento para dar sentido completo à oração. Já o intransitivo não exige.

Agora, como a Gramática adora classificações, os verbos transitivos podem ser diretos ou indiretos.

Verbos transitivos diretos: não há preposição entre o verbo e o complemento (é direto! não tem nada entre eles!)

Verbos transitivos indiretos: há preposição entre o verbo e o complemento (tem uma preposição enfiada entre o verbo e o complemento: é indireto!)

Cridovaldo fez a prova de matemática 



Observe: entre o verbo "fazer" e o complemento "a prova de matemática" não tem preposição. O "a", antes da palavra "prova", é só um artigo definido (a,o, as, os, um, uns, ....). Portanto, o verbo "fazer" é transitivo direto.

Cridovaldo torceu pelo Brega-Brega Futebol Club


Veja que, entre o verbo "torcer" e o complemento "Brega-Brega Futebol Club" existe a preposição "por". Obs: "pelo" é junção da preposição "por" com o artigo "o" (... torceu por + o Brega-Brega Futebol Club).

Portanto, esse verbo é transitivo indireto.

Logo:

Tem preposição: indireto
Não tem preposição: direto


Ah sim... se você não lembra direito o que são preposições, veja alguns exemplos para refrescar a memória:

por, para, perante, a, ante, até, após, de, desde, em, entre, com, contra, sem, sob, sobre, trás


Casos especiais:

Existe ainda o verbo transitivo direto e indireto (quando tem dois complementos: um com preposição e outro sem). Ex: Cridovaldo entregou o bilhete ao filho ("o bilhete": complemento sem preposição. "ao filho": complemento com preposição). Existe também o pleonástico, mas não é muito usado.



VERBATIM!

Crédito das imagens (na ordem em que são apresentadas)
Sinaf (campanha publicitária)
na imagem
ejungleblog


+ VERBOS

Verbos (Introdução)
Verbos - Pessoas do discurso
Conjugação - Modo Indicativo 
Conjugação - Modo Subjuntivo
Conjugação - Modo Imperativo 

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