CONJUNÇÃO: O QUE É?
As conjunções são palavras que têm, como principal função, ligar orações entre si, estabelecendo diversos tipos de relação entre elas. Portanto, para entender bem esse assunto, é importante estudar o conteúdo sobre orações (sintaxe do período composto).
Outra função das conjunções é ligar termos de mesma função sintática (no final deste post falaremos melhor sobre isso).
CLASSIFICAÇÃO DAS CONJUNÇÕES
As conjunções podem ser coordenativas (ou seja: ligam orações coordenadas) ou então subordinativas (ligam uma oração subordinada à oração principal). A classificação varia de acordo com o seu valor semântico, ou seja: de acordo com a ideia que cada conjunção indica ao ligar uma oração com outra.
Por exemplo: se uma conjunção ligar uma oração à outra indicando uma ideia de acréscimo de informações, ela será uma conjunção aditiva.
Veja, agora, a classificação completa das conjunções.
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
(ligam orações independentes, ou seja: coordenadas)
ADITIVAS: acréscimo de novas informações, acontecimentos, ideias, fatos...
Exemplos: e, nem, não só... mas também, não só... como também.
Oração 1: Frederico gosta de miar.
Oração 2: Frederico gosta de pular.
A oração 2 está acrescentando uma nova informação em relação à oração 1, explicando o que mais Frederico gosta de fazer além de miar. Logo, podemos usar conjunções aditivas para unir essas duas orações, dando ideia de acréscimo de informações:
Frederico gosta de miar e de pular.
Frederico não só gosta de miar, como também de pular.
Frederico, além de miar, gosta de pular.
Frederico sabe pular muito bem. |
ADVERSATIVAS: dão ideia de oposição, adversidade; expressa ideias contrárias
Exemplos: mas, porém, entretanto, todavia, contudo.
Oração 1: Joaquim estudou para a prova de matemática.
Oração 2: Joaquim não foi aprovado na prova de matemática.
A
oração 2 está acrescentando uma nova informação de sentido oposto em relação à oração 1. Logo,
podemos usar conjunções adversativas para unir essas duas orações, dando
ideia de oposição:
Joaquim estudou para a prova de matemática, mas não foi aprovado.
Joaquim estudou para a prova de matemática, porém não foi aprovado.
Joaquim estudou para a prova de matemática, entretanto não foi aprovado.
Exemplos: ou, ou ... ou, ora ... ora, quer ... quer, seja... seja.
Oração 1:Vou fazer a tarefa da escola.
Oração 2: Vou dormir
Vamos unir essas duas orações dando ideia de alternância entre elas (ou seja: a cada momento faço uma das duas ações, alternando entre si). Para tanto, devemos utilizar conjunções alternativas:
Ou faço a tarefa da escola, ou vou dormir!
Ora faço a tarefa da escola, ora durmo!
CONCLUSIVAS: dão ideia de conclusão, concluindo ou encerrando uma determinada ideia.
Exemplos: assim, logo, portanto, pois (depois do verbo), por conseguinte, por isso.
Oração 1: Estudou muito para a prova.
Oração 2 (conclusão): Deve tirar uma boa nota na prova.
A
oração 2 está indicando uma conclusão (o resultado esperado) em relação à oração 1. Podemos unir as duas orações utilizando conjunções conclusivas.
Estudou muito, logo deve tirar uma boa nota na prova.
Estudou muito, portanto deve tirar uma boa nota na prova.
Estudou muito, por isso deve tirar uma boa nota na prova.
EXPLICATIVAS: explicam ou justificam ações, dando ideia de motivo ou justificativa.
Exemplos: pois (antes do verbo), porque, que, porquanto.
Oração 1: Ponha o casaco.
Oração 2 (explicação): Está frio.
Ponha o casaco, porque está frio.
Ponha o casaco, pois está frio.
CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS
(ligam uma oração subordinada à outra)
CAUSAIS: expressam a causa de determinado acontecimento. Portanto, vão além de uma simples explicação ou justificativa, pois estabelecem uma relação direta de causa e consequência entre as orações, ou seja: a oração iniciada com esse tipo de conjunção indica um fato que provoca (causa) a ação ou acontecimento indicada na outra oração.
Exemplos: porque, visto que, já que, uma vez que, como, desde que.
Não fui à reunião porque estava doente.
CONSECUTIVAS: expressam uma consequência, ou seja: a oração iniciada com esse tipo de conjunção indica a consequência, o resultado de determinado acontecimento. Geralmente as consequências são resultado de alguma ação realizada com forte intensidade.
Exemplos: tão... que, tanto...que, tal...que, a tal ponto... que, de modo que, de maneira que, de forma que, que (usado com expressões do tipo "tão", "tanto", "tal", "tamanho", ou seja: indicadores de intensidade), de modo que, de maneira que
COMPARATIVAS: expressam comparação entre elementos.
Exemplos: como, (tal) qual, assim como, tanto... quanto, mais... do que, menos... do que, tão... como
Treinei tanto que sou capaz dedigtiar 300 palvras pro seugdno!
COMPARATIVAS: expressam comparação entre elementos.
Exemplos: como, (tal) qual, assim como, tanto... quanto, mais... do que, menos... do que, tão... como
Ele se comporta tal qual o irmão.
CONDICIONAIS: as orações iniciadas com esse tipo de conjunção expressam uma condição para que algo ocorra, ou seja: uma ação só será realizada se outra ação acontecer também.
Exemplos: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que (= se não), a menos que
Se Jurema descer rápido demais, ela vai cair.
Desceu rápido demais... e caiu. |
CONFORMATIVAS: orações iniciadas com esse tipo de conjunção indicam que alguma coisa foi realizada de acordo com outra coisa (ideia de conformidade).
Exemplos: conforme, segundo, consoante, como, de acordo com.
Conforme me disseram, dinheiro não traz felicidade.
CONCESSIVA: orações iniciadas com esse tipo de conjunção indicam uma quebra de expectativa, ou seja: algo que aconteceu diferente do previsto, diferente do que se pensou que iria acontecer (ideia de concessão).
Exemplos: embora, apesar, conquanto, posto que, ainda que, mesmo que.
Exemplos: quando, enquanto, logo que, desde que, assim que, mal (com o sentido de "logo que"), até que.
FINAIS: orações iniciadas com esse tipo de conjunção indicam ideia de finalidade, propósito, objetivo.
Exemplos: a fim de, para que, que.
Embora esteja chovendo, irei ao show.
TEMPORAIS: orações iniciadas com esse tipo de conjunção indicam ideia de tempo (temporalidade).
Bateu quando tentou pilotar a motocicleta.
FINAIS: orações iniciadas com esse tipo de conjunção indicam ideia de finalidade, propósito, objetivo.
Exemplos: a fim de, para que, que.
Estudou muito a fim de ser aprovado.
PROPORCIONAIS: orações iniciadas com esse tipo de conjunção indicam um fato realizado de forma proporcional em relação a outro fato.
Exemplos: à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais (+ tanto menos)
À medida que estudo, mais eu aprendo.
INTEGRANTES: As conjunções integrantes introduzem as orações subordinadas substantivas, que são oração que funcionam como"pedaços" de outra oração, desempenhando funções sintáticas (oração que funciona como sujeito de outra oração, ou então objeto direto de outra oração e assim por diante).
Para mais detalhes sobre subordinação e coordenação, estude o conteúdo sobre Análise Sintática do período composto.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
1) O caso do "pois" conclusivo
Porém, o "pois" pode ser conclusivo também, caso apareça deslocado de sua posição original.
O "pois" é muito usado no sentido explicativo.
Feche a janela, pois está frio.
Porém, o "pois" pode ser conclusivo também, caso apareça deslocado de sua posição original.
Está frio; feche a janela, pois.
Nesse exemplo, estamos deduzindo que Frederico não deve estar em casa porque ninguém atende o telefone. Trata-se somente de uma hipótese. Talvez ele esteja em casa, mas não queira atender o telefone, talvez esteja dormindo. Ou talvez realmente não esteja em casa. Portanto, não há uma causa concreta e específica. Nesse caso, "porque" não pode ser conjunção causal. Trata-se de conjunção explicativa.
2) Ligar termos de mesma função sintática
Já vimos que a função principal das conjunções é a de ligar orações entre si. Porém, a conjunção pode ser utilizada para ligar termos de mesma função sintática. Observe o exemplo abaixo:
Comprei tomate e banana
Nesse caso, a conjunção "e" não está ligando orações, mas sim duas palavras ("tomate" e "banana") que exercem a mesma função sintática (essas duas palavras são núcleos do objeto direto).
3) Conjunção "e" com valor adversativo
A conjunção "e" nem sempre vai ter valor aditivo. Veja o exemplo abaixo:
Ele descansou bastante, e continuou com sono.
Nesse caso, "e" tem valor adversativo, pois significa dizer:
Ele descansou bastante, mas continuou com sono.
4) Explicação ou Causa?
É muito comum a dúvida entre a conjunção coordenativa explicativa e a conjunção subordinativa causal. Para ajudar a diferenciar as duas ocorrências, fique de olho nas seguintes dicas:
a) A oração iniciada com a conjunção causal realmente determina a causa que provocou o acontecimento apresentado na outra oração. Não há espaço para dúvidas ou hipóteses.
Frederico não está em casa porque foi chamado para uma reunião na empresa.
Nesse
caso, o fato de ter sido chamado para uma reunião na empresa é a causa de Frederico não estar em casa. Portanto, nesse caso, "porque"
é uma conjunção subordinativa causal.
Frederico não deve estar em casa, porque ninguém atende o telefone.
Liguei várias vezes para a casa dele e ninguém atendeu
b) Verbos conjugados no modo imperativo expressam ordens, pedidos ou recomendações. Nesses casos, a oração iniciada com conjunção serve para explicar o motivo dessa ordem, pedido ou recomendação. Portanto, são orações com conjunções explicativas. Veja o exemplo abaixo:
Pegue o guarda-chuva, porque está chovendo!
A oração "pois está chovendo" está explicando (esclarecendo) a ordem ou pedido expresso em "pegue o guarda-chuva". Como o verbo está no imperativo ("pegue"), então "porque" é conjunção explicativa.
c) geralmente há uma pausa (com vírgula) entre a oração explicativa e a anterior, enquanto que isso não costuma acontecer nas causais (perceba isso nos exemplos anteriores).
e´ajudou e muito! ;D
ResponderExcluirPor obséquio! Estão incluidas todas as conjunçoes neste post?
ResponderExcluirHehe, boa pergunta... Sempre falta, mas nessa postagem estão listadas as principais. Pelo menos é o que eu acho... Se inventarem mais eu atualizo a postagem. Ou então, se alguém aí sentir falta de alguma pode me avisar que eu atualizo. Um abraço!
ExcluirDe acordo é uma conjunção conformativa?
ResponderExcluir"De acordo" tem o mesmo sentido de "conforme". Como "conforme" tem valor de conjunção, então é correto dizer que "de acordo" é uma EXPRESSÃO com valor de conjunção.
ExcluirPorém, essa expressão é formada pela preposição "de" e pelo substantivo "acordo", que juntos formam uma expressão que tem o mesmo sentido da conjunção "conforme". Não se trata de uma palavra única, mas sim de uma expressão.
Portanto, seria mais correto dizer que "de acordo" é uma "locução" (pois é formada por duas palavras) e, por ter valor de conjunção, é classificada como "locução conjuntiva". Na postagem, existem outros exemplos de locuções conjuntivas (como o "desde que", "assim que"), mas eu acabei tratando todas como conjunções.
Só para ressaltar:
"Conforme" - conjunção conformativa(conjunção é uma palavra)
"De acordo" - locução conjuntiva conformativa (locução é formada por duas ou mais palavras)
Aliás, existem mais locuções conjuntivas na língua do que conjunções isoladas.
ExcluirEspero ter respondido a sua pergunta. Caso contrário, pode perguntar novamente.
Essa resposta sanou muitas das minhas dúvidas! Ótimo texto.
ExcluirEra o que eu queria saber. Rs
ExcluirNossa, que blog bom! Tô adorando, muito obrigada.
ResponderExcluirQuando vc vai explicar conjunção conformativa vc diz q dinheiro não tráS felicidade!
ResponderExcluirse dinheiro tráZ ou não felicidade depende dos valores de cada um...Agora, cometer um erro ortográfico desses em um blog de português, traz muita insegurança ao leitor e faz com que ele tenha que ir atráS de outras fontes...
Eu não sei como deixei um erro trágico desses passar. Esse post é bem antigo. Eu até já escrevi um post sobre o verbo "trazer" e a confusão que é feita com o "s" e com o "z". Bem, é complicado ter que publicar seu comentário aqui e expor o meu erro, mas tenho que fazer isso porque é o certo a se fazer quando um blogueiro trabalha com transparência para os seus leitores. Obrigado pelo seu comentário, a postagem foi atualizada.
Excluirengraçado q vc até me induziu ao erro: é traz, e não tráz!!kkk
ResponderExcluirCOMENTÁRIOS IMPRÓPRIOS À PARTE,Ô VINCI, SOU NATURAL DE SALVADOR E LÁ COSTUMAMOS DIZER,POR EXEMPLO: O CARRO É DE PAULO.SEI QUE EXISTE A CONTRAÇÃO DE+O =DO,MAS É ERRADO USAR SÓ A PREPOSIÇÃO NESSES CASOS OU AMBOS OS CAOS SÃO ACEITÁVEIS???
ResponderExcluirQual a diferença entre CONJUNÇÃO e PREPOSIÇÃO?
ResponderExcluirBem, de modo geral as preposições conectam palavras dentro das orações. Já as conjunções conectam orações (ou termos de mesma função sintática). Essa explicação pode parecer realmente um pouco complicada. Experimente ver os exemplos de preposições e de conjunções pois assim a definição ficará mais natural e intuitiva para você.
Excluir"Conforme me disseram, dinheiro não tráz felicidade.
ResponderExcluirDê-me o seu e viva feliz!" Esse trás com "Z" tem acento?
Não, não tem. O "traz" é a conjugação do verbo "trazer" e não tem acento. Quem tem acento é o "trás", com "s", que é advérbio (tem o mesmo sentido de "atrás", exemplo: "ela apareceu por trás da janela").
ExcluirOlá... estou gostando de suas explicações... realmente a internet precisa de mais iniciativas como esta... e grátis então fica melhor... obrigada!
ResponderExcluirCarol
Olá, boa noite.
ResponderExcluirsou muito insegura na hora de pontuar meu texto, você~e pode me da algumas dicas de estudo descomplicado como o seu em relação a este assunto?. obrigada.
A maior parte dos erros de pontuação são os erros com o emprego da vírgula. Portanto, para aperfeiçoar a sua pontuação, eu sugiro que você comece o seu estudo pelas vírgulas e, caso queira, você pode ler o meu post sobre esse assunto aqui:
Excluirhttp://www.blogdogramaticando.com/2012/06/quando-usar-virgula.html
Me ajudou bastante...
ResponderExcluirVlw...
Meu amigo eu estou amando língua portuguesa!
ResponderExcluirNinguém nunca me deu explicações coerentes.
Cara esse blog vai me ajudar muito a lembrar o que estudei no ensino fundamentos.pois vou fazer o IFG para entrar para o ensino medio
ResponderExcluirAdorei seu blog, parabéns por gastar seu tempo sendo tão útil ao próximo!!! Não sei se você ainda posta nele ou parou, mas está me ajudando muito!! :)
ResponderExcluirA ideia é passada pela conjunção ou pela oração subordinada?
ResponderExcluirNas orações coordenadas e orações subordinadas adverbiais, tanto as conjunções quanto as orações introduzidas por essas conjunções expressam as ideias as quais elas se relacionam. Se a oração subordinada tem ideia de tempo, a conjunção também vai indicar a ideia de tempo. Se a oração coordenada tem ideia de explicação, a conjunção também vai indicar a ideia de explicação.
ExcluirPortanto, é possível, por exemplo, dar para você uma lista de conjunções e pedir para criar orações de acordo com as ideias que elas indicam, ou então o inverso: dar uma lista orações e pedir para interligá-las com as conjunções adequadas às ideias que elas indicam.