tags: exercícios, questões, vestibular, interpretação de texto, blog do gramaticando
Questão 1 (Fuvest-2009) - Observe a charge para responder à questão:
.jpg)
A crítica contida na charge visa, principalmente, ao
A) ato de reivindicar a posse de um bem, o qual, no entanto, já pertence ao Brasil.
B) desejo obsessivo de conservação da natureza brasileira.
C) lançamento da campanha de preservação da floresta amazônica.
D) uso de slogan semelhante ao da campanha O petróleo é nosso.
E) descompasso entre a reivindicação de posse e o tratamento dado à floresta
Leia o texto abaixo para responder as próximas duas questões.
— Não refez então o capítulo? – indagou ela logo que entrei.
— Oh, não, Miss Jane. Suas palavras abriram-me os olhos.
Convenci-me de que não possuo qualidades literárias e não quero insistir – retruquei com ar ressentido.
— Pois tem de insistir – foi sua resposta (...) Lembre-se do esforço incessante de Flaubert* para atingir a luminosa clareza que só a sábia simplicidade dá. A ênfase, o empolado, o enfeite, o contorcido, o rebuscamento de expressões, tudo isso nada tem com a arte de escrever, porque é artifício e o artifício é a cuscuta** da arte. Puros maneirismos que em nada contribuem para o fim supremo: a clara e fácil expressão da ideia.
— Sim, Miss Jane, mas sem isso fico sem estilo ...
Que finura de sorriso temperado de meiguice aflorou nos lábios da minha amiga!
— Estilo o senhor Ayrton só o terá quando perder em absoluto a preocupação de ter estilo. Que é estilo, afinal?
— Estilo é ... – ia eu responder de pronto, mas logo engasguei, e assim ficaria se ela muito naturalmente não mo definisse de gentil maneira.
— ... é o modo de ser de cada um. Estilo é como o rosto: cada qual possui o que Deus lhe deu. Procurar ter um certo estilo vale tanto como procurar ter uma certa cara. Sai máscara fatalmente – essa horrível coisa que é a máscara ...
— Mas o meu modo natural de ser não tem encantos, Miss Jane, é bruto, grosseiro, inábil, ingênuo. Quer então que escreva desta maneira?
— Pois perfeitamente! Seja como é, e tudo quanto lhe parece defeito surgirá como qualidades, visto que será reflexo da coisa única que tem valor num artista – a personalidade.
*Gustave Flaubert (1821–1880), escritor realista francês considerado um dos maiores do Ocidente.
** planta parasita.
** planta parasita.
(Monteiro Lobato, O presidente negro.)
Questão 2 (UFSCar-2009) - Para explicar estilo a Ayrton, Miss Jane lança mão de um recurso chamado:
B) imposição.
C) rebuscamento.
D) comparação.
E) repetição.
Questão 3 (UFSCar-2009) - Do diálogo entre os dois personagens, pode-se deduzir
que a relação entre Ayrton e Miss Jane é de:
A) animosidade
B) respeito
C) inveja
D) competição
E) indiferença
Questão 4 (UEMS-2006)
Infinito Particular
1 - Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro, o meu quilate
Vem, cara, me retrate
Não é impossível
5 - Eu não sou difícil de ler
Faça sua parte
Eu sou daqui e não sou de Marte
Vem, cara, me repara
Não vê, tá na cara, sou porta-bandeira de mim
10 - Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular
Em alguns instantes
Sou pequenina e também gigante
Vem, cara, se declara
15 - O mundo é portátil
Pra quem não tem nada a esconder
Olha minha cara
É só mistério, não tem segredo
Vem cá, não tenha medo
20 - A água é potável
Daqui você pode beber
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular
Arnaldo Antunes, Marisa Monte e Carlinhos Brown
Identifique a(s) afirmativa(s) correta(s) nas alternativas abaixo:
I. O título do texto evoca uma dicotomia, já que aproxima um vocábulo relacionado à amplitude, multiplicidade, a outro ligado à peculiaridade, singularização. Essa dicotomia é ressaltada em vários versos, ao longo de todo o texto, denotando a coerência entre o título e o texto em si.
II. Nos versos “Vem, cara, me retrate” (v. 3) e “Vem, cara, me repara” (v. 8) apesar de não terem a mesma terminação, o segundo é uma retomada da ideia contida no primeiro e, dessa forma, retratar pode ter o mesmo sentido que reparar.
III. A ideia que perpassa todo o texto está relacionada à singularidade do ser humano.Nesse sentido, ocorre uma valorização do interior em detrimento do exterior, uma dissociação entre aparência e essência que pode ser comprovada pelo versos “Não vê, tá na cara, sou porta-bandeira de mim” e “Olha minha cara”.
A) I e II
B) II e III
C)III e I
D) II
E) III
Questão 5 (UFG 2011)
Questão 5 (UFG 2011)
.jpg)
Os cartazes resultam de diferentes concepções artísticas. Quanto à composição visual, essa diferença é explicitada, no Texto 5 pela:
A) troca intencional das formas retilíneas pelas formas
curvilíneas.
B) proporcionalidade regular entre os planos de figura e de
fundo.
C) predominância da linguagem verbal sobre os elementos
iconográficos.
D) substituição da imagem
simbólica pela personalização da imagem.
E) ausência de desenhos geométricos com elementos auxiliares
à arte-final.
GABARITO:
1) E
2) D
3) B
4) A
5) D
5) D
COMENTÁRIOS
Questão 1. As outras alternativas até podem parecer corretas. Porém, a questão fundamental que devemos observar aqui é que esse tipo de exercício exige a resposta mais adequada possível ao contexto (observe que a questão pede a principal crítica, ou seja: a mais adequada ao contexto).
O slogan "A Amazônia é Nossa" lembra "O Petróleo é Nosso", por exemplo: não há nada de errado aqui. Entretanto, precisamos observar o contexto: veja que o "slogan" foi empregado num cenário de desmatamento e de exploração do meio ambiente e devemos levar isso em consideração para responder essa questão. Dizer que o slogan é semelhante ao da campanha do petróleo não é a melhor resposta, pois falta relacionar a frase ao contexto do desmatamento, que é o tratamento que o homem tem dado à floresta. Ou seja: tanto o slogan do petróleo quanto o da Amazônia indicam o desejo de posse, mas não se relacionam com o contexto da situação atual da floresta (desmatada e explorada).
Portanto, a resposta não é a alternativa D. Dizer que a "Amazônia é nossa" não significa dizer que queremos preservá-la. Portanto, isso não é suficiente para dizer que as alternativas B e C estão corretas (sendo que a B exagera ao dizer "desejo obsessivo"). Entre a alternativa A e a E, aquela que mais está associada ao contexto é a letra E, que leva em consideração o slogan (que dá o desejo de posse) e a situação da floresta, ou seja: é o "descompasso entre a reivindicação de posse e o tratamento dado à floresta".
O slogan "A Amazônia é Nossa" lembra "O Petróleo é Nosso", por exemplo: não há nada de errado aqui. Entretanto, precisamos observar o contexto: veja que o "slogan" foi empregado num cenário de desmatamento e de exploração do meio ambiente e devemos levar isso em consideração para responder essa questão. Dizer que o slogan é semelhante ao da campanha do petróleo não é a melhor resposta, pois falta relacionar a frase ao contexto do desmatamento, que é o tratamento que o homem tem dado à floresta. Ou seja: tanto o slogan do petróleo quanto o da Amazônia indicam o desejo de posse, mas não se relacionam com o contexto da situação atual da floresta (desmatada e explorada).
Portanto, a resposta não é a alternativa D. Dizer que a "Amazônia é nossa" não significa dizer que queremos preservá-la. Portanto, isso não é suficiente para dizer que as alternativas B e C estão corretas (sendo que a B exagera ao dizer "desejo obsessivo"). Entre a alternativa A e a E, aquela que mais está associada ao contexto é a letra E, que leva em consideração o slogan (que dá o desejo de posse) e a situação da floresta, ou seja: é o "descompasso entre a reivindicação de posse e o tratamento dado à floresta".
Questão 2. Ao dizer "estilo é como o rosto" o autor está fazendo uma comparação. Portanto, a alternativa correta é a letra D.
Questão 3. O texto é um diálogo entre Jane e Ayrton. Vamos resumi-lo com uma linguagem mais simples: Ayrton precisa escrever um texto, mas acha que não tem qualidades literárias para isso. Jane o encoraja a escrever do seu próprio jeito. Ayrton diz que se for fazer isso seu texto ficará sem estilo. Jane pergunta para ele o que é estilo e, como Ayrton não respondeu, ela responde dizendo que estilo é o modo de ser de cada um. Então Ayrton fala que escreve de modo bruto e ingênuo e Jane responde dizendo que ele deve ser assim, pois assim ele irá transmitir personalidade, que é tudo o que um artista tem de valor. Ou seja: em todo esse diálogo, vemos Jane encorajando e motivando Ayrton a escrever, pois ele não se sente preparado para escrever. Portanto, a´unica alternativa possível é a letra B: os dois possuem uma relação de respeito, já que Jane respeita as limitações literárias de Ayrton e até o encoraja a escrever. Não é de animosidade (letra A) porque somente Jane apresenta essa característica e as demais alternativas são totalmente contrárias ao que é narrado (inveja, competição e indiferença).
Questão 4. Somente a alternativa III está incorreta, pois é errado dizer que a ideia que perpassa todo o texto está relacionada à singularidade do ser humano. Na verdade, o texto, além de trazer a ideia da singularidade trás a ideia da infinitude e trabalha, o tempo todo, com essas duas ideias contrárias: o infinito e o particular.
Questão 5. Essa questão é simples, mas ela é interessante por conta dos vários conceitos que foram aparecendo. Bem, a resposta correta é a letra D. Afinal, a mudança mais evidente entre os dois cartazes são as figuras de destaque, sendo que na campanha do Brizola foi usada uma foto do candidato e na campanha de Vargas foi usada uma imagem. Ou seja: o Brizola se personificou e a personificação está associada às características humanas (ex: quando alguma coisa se personaliza é porque essa coisa está mostrando características humanas; um cachorro que fala e sorri, por exemplo... algo muito comum nas fábulas). Portanto, Brizola deixou o seu cartaz mais personificado e "humano", aproximando-se das pessoas ao contrário do cartaz de Vargas, que não é visto no cartaz.
Outro conceito interessante dessa questão é que ela trata imagem como texto. E isso realmente é verdade: texto também pode ser imagem, pois as imagens transmitem algum tipo de mensagem. O que muda são alguns parâmetros que definem de que modo essa mensagem é transmitida. Se ela for transmitida em palavras escritas ou então falada essa mensagem será verbal. Caso contrário, essa mensagem será não-verbal.
Portanto, o que temos são dois textos (cartazes) que transmitem mensagens verbais (frases e palavras, como "o Governo que virá restabelecer etc..." e "Brizola presidente") e não-verbais (imagens, desenhos, gravuras e fotos). Portanto, já sabemos que a letra C não está certa, pois os cartazes destacam a linguagem não-verbal, principalmente o de Brizola (que faz uma foto quase tomar conta do cartaz), não sobrando muito espaço para as letras (não-verbal).
A letra A também está errada, mas você sabe como o professor deve tê-la criado? É muito simples: observe que no cartaz de Vargas exite um arco-íris em preto e branco atrás do desenho da mulher e no de Brizola não existe nenhuma forma tão curva quanto ao do arco-íris. Só que a alternativa "A" fala que as formas retilíneas foram intencionalmente trocadas pelas curvilíneas e isso é um erro: não podemos dizer que os cartazes foram criados com curvas e retas de modo proposital por seus criadores e, além disso, a diferença entre as formas curvilíneas e retilíneas não são tão evidentes entre os dois cartazes: o professor apenas aproveitou o detalhe do arco-íris para generalizar a ideia e, assim, criar a alternativa errada. Afinal, as alternativas erradas das questões objetivas são sempre criadas de acordo com os prováveis erros que os candidatos devem pensar e os erros mais comuns são: observar a ideia de modo restrito (uma parte da ideia) ou generalizar a ideia (expandi-la, acrescentando outras).
E a alternativa "B" também está errada, pois a proporção entre os elementos de destaque e de fundo de cada cartaz são diferentes: o Brizola quase engole o cartaz com sua foto, enquanto que a figura feminina da propaganda de Vargas está proporcionalmente menor do que o de Brizola, dando espaço para mais palavras.
Questão 5. Essa questão é simples, mas ela é interessante por conta dos vários conceitos que foram aparecendo. Bem, a resposta correta é a letra D. Afinal, a mudança mais evidente entre os dois cartazes são as figuras de destaque, sendo que na campanha do Brizola foi usada uma foto do candidato e na campanha de Vargas foi usada uma imagem. Ou seja: o Brizola se personificou e a personificação está associada às características humanas (ex: quando alguma coisa se personaliza é porque essa coisa está mostrando características humanas; um cachorro que fala e sorri, por exemplo... algo muito comum nas fábulas). Portanto, Brizola deixou o seu cartaz mais personificado e "humano", aproximando-se das pessoas ao contrário do cartaz de Vargas, que não é visto no cartaz.
Outro conceito interessante dessa questão é que ela trata imagem como texto. E isso realmente é verdade: texto também pode ser imagem, pois as imagens transmitem algum tipo de mensagem. O que muda são alguns parâmetros que definem de que modo essa mensagem é transmitida. Se ela for transmitida em palavras escritas ou então falada essa mensagem será verbal. Caso contrário, essa mensagem será não-verbal.
Portanto, o que temos são dois textos (cartazes) que transmitem mensagens verbais (frases e palavras, como "o Governo que virá restabelecer etc..." e "Brizola presidente") e não-verbais (imagens, desenhos, gravuras e fotos). Portanto, já sabemos que a letra C não está certa, pois os cartazes destacam a linguagem não-verbal, principalmente o de Brizola (que faz uma foto quase tomar conta do cartaz), não sobrando muito espaço para as letras (não-verbal).
A letra A também está errada, mas você sabe como o professor deve tê-la criado? É muito simples: observe que no cartaz de Vargas exite um arco-íris em preto e branco atrás do desenho da mulher e no de Brizola não existe nenhuma forma tão curva quanto ao do arco-íris. Só que a alternativa "A" fala que as formas retilíneas foram intencionalmente trocadas pelas curvilíneas e isso é um erro: não podemos dizer que os cartazes foram criados com curvas e retas de modo proposital por seus criadores e, além disso, a diferença entre as formas curvilíneas e retilíneas não são tão evidentes entre os dois cartazes: o professor apenas aproveitou o detalhe do arco-íris para generalizar a ideia e, assim, criar a alternativa errada. Afinal, as alternativas erradas das questões objetivas são sempre criadas de acordo com os prováveis erros que os candidatos devem pensar e os erros mais comuns são: observar a ideia de modo restrito (uma parte da ideia) ou generalizar a ideia (expandi-la, acrescentando outras).
E a alternativa "B" também está errada, pois a proporção entre os elementos de destaque e de fundo de cada cartaz são diferentes: o Brizola quase engole o cartaz com sua foto, enquanto que a figura feminina da propaganda de Vargas está proporcionalmente menor do que o de Brizola, dando espaço para mais palavras.
Embora, tenha judado um pouco, essas dicas foram maras, facilitaram muito na prova de ontem. Adorei! continuem postando ajudas assim, agradecida
ResponderExcluirEU, ADOREI, AMEI, E VOU SEMPRE DAR UMA OLHADINHA AQUI PARA VER OS POSTS PORQUE AJUDA, E MUITO! PODERIAM PASSAR UM E-MAIL SEMPRE PARA EU SABER QUANDO POSTAM? SE SIM, AGRADECIDA
Fiquei feliz por esse post ter te ajudado e, a respeito do e-mail, o blog possui a ferramenta "seguir o blog via e-mail", que está localizada na barra lateral esquerda. Basta cadastrar o seu e-mail lá.
ExcluirUm abraço!
gostei
ResponderExcluirUhuuu!! Gabaritei!! =) Obrigado por postar!
ResponderExcluirGostei muito vou rachar de estudar.
ResponderExcluirAdorei o blog, realmente muito bom. Parabéns!
ResponderExcluirMuito bom blog
ResponderExcluirMuito bom o fato de as questões serem comentadas, porque, ao responder, eu pude saber também o porquê dessa falha.
ResponderExcluir