"Este" ou "Esse"? "Nesse" ou "Neste"?

A dúvida é: quando devemos usar “este”, “esse” ou “aquele"?

Existem várias regras para regular o uso desses pronomes demonstrativos e essas regras mudam se nós estivermos falando ou escrevendo. Vamos estudar, então, cada caso: 

Caso 1) Na hora da fala

1.1) Falamos “este(s)”, “esta(s)” ou “isto” para se referir a um objeto próximo ao falante.


Este ao meu lado é meu colega Ximpônio.
Esta gravura que eu estou segurando é muito antiga.
Vista esta calça que eu estou segurando.


1.2) Falamos “esse(s)”, “essa(s)” ou “isso” para se referir a um objeto próximo ao ouvinte:

Quem é esse ao seu lado?
Esse gravura que você está segurando parece antiga.
Eu não vou vestir essa calça que você está segurando.


1.3) Usamos “aquele(s)”, “aquela(s)” e “aquilo” para se referir a um objeto longe tanto do ouvinte como do falante.


Quem é aquele do lado daquela moça lá do outro lado do vagão?
Aquela gravura, pendurada naquela parede, parece antiga.
Eu não vou vestir aquela calça que está guardado lá naquele armário.


RESUMINDO:

De quem é esta caneta? (a caneta está próxima de quem está falando)
De quem é essa caneta? (a caneta está próxima de quem está ouvindo)
De quem é aquela caneta? (a caneta está longe tanto do ouvinte como do falante)


Caso 2) Na hora de escrever

2.1) Escrevemos “este(s)”, “esta(s)” ou “isto” para nos referirmos a uma ideia que não foi apresentada ainda ao longo do discurso:


Veja como este nome é bonito: Xampônio.
De toda a matéria, só sei isto: dois mais dois é cinco.
De toda a matéria, só não sei isto: encontrar o maldito "x"


2.2) Escrevemos “esse(s)”, “essa(s)” ou “isso” para nos referirmos a uma ideia que já foi apresentada ao longo do discurso:

Xampônio: esse nome é lindo de morrer!
Quem somos? De onde viemos? Onde almoçaremos? Essas são as perguntas dos filósofos. 
Einstein formulou a Teoria da Relatividade. Essa teoria é muito importante na Física.






Caso 3) Substituições

Usamos os pronomes para substituirmos termos e expressões que já foram usados antes. Assim, é possível evitarmos a repetição. 

Usamos “este” para o último elemento mencionado; usa-se “aquele” para o primeiro elemento mencionado.

Xampônio e Xivaldo foram presidentes do Clube Cruz Credus. Este (Xivaldo) foi um mau presidente, enquanto aquele (Xampônio) foi um bom presidente.



Outro caso: neste ano X nesse ano

A ideia do "neste" (em + este) é de proximidade. Portanto, o correto é falar "neste ano" para o ano que ainda não acabou. Quanto ao "nesse" (em + esse), nós devemos o usar para fazer a retomada de algum ano específico.

Victor nasceu em 1930. Nesse ano (retomando o ano de 1930), eu não era nascido. 

Victor ainda não sabe se vai se aposentar neste ano (ano atual)


40 comentários:

  1. não vir nada sobre o neste e nesse

    ResponderExcluir
  2. Ótima observação.

    Eu realmente não tinha incluído a explicação do "neste" e do "nesse" na postagem. Obrigado por seu comentário. As alterações foram efetuadas e a postagem foi atualizada.

    ResponderExcluir
  3. Não me lembro de ter aprendido português de forma tão divertida.

    Parabéns além de educado, é muito dinâmico.


    Sucesso.

    ResponderExcluir
  4. Gostei, consegui aprender. Muito Obrigado!

    ResponderExcluir
  5. Caramba, adorei! Ri demais com os exemplos! Obrigada!

    ResponderExcluir
  6. As dicas simples me foram de grande ajuda.

    ResponderExcluir
  7. Não seria (retomando ao ano de 1930???)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É verdade. Foi um erro de digitação. Muito obrigado, vou corrigir.

      Excluir
  8. não seria: remontando ao ano de mil novecentos e trinta?
    p.s. meu teclado está com o numeral estragado por isso o ano por extenso

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Hum... Acredito que tanto faz. Porém, acho melhor mudar para "fazendo referência a 1930". Essa postagem é antiga e ainda não passou pela revisão. Obrigado pela sugestão e pela sua participação, um abraço!

      Excluir
  9. Olá
    Gostaria de saber quando se escreve "por" e "pelo"

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Você pode dar um exemplo? Assim eu poderei entender melhor a sua dúvida.

      De maneira geral, o "pelo" é o "por + o". Veja a diferença através destes dois exemplos:

      1 - Há muitas maneiras de aprender por este blog.
      2 - Há muitas maneiras de aprender pelo blog.

      No caso 1, temos o encontro do "por" com "este blog". O resultado é "por este blog" (já que o "por" não se combina com "este" para formar outra palavra). No caso 2, temos um encontro de "por" com "o blog". O resultado é "pelo blog" (pois o "por" combina com o artigo "o", formando o "pelo").

      Esse é mais um exemplo de combinação de preposições com artigos. Outro exemplo é a crase, que nada mais é do que o encontro da preposição "a" com o artigo "a". Outro exemplo é o "no", que é o encontro da preposição "em" com o artigo "o". Outro exemplo é o "do", que é o encontro da preposição "de" com o artigo "o". E por aí vai...

      O "pelo" é o encontro da preposição "por" com o artigo "o". E também existe o "pôr", que é um verbo e recebe o acento para se diferenciar da preposição, mas isso aí já é outro papo...

      Excluir
  10. Olá,
    Qual o termo correto no caso de mencionar uma noticia como, por exemplo;

    Putz, tinha que ser ____ ano!
    http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/fuvest-registra-numero-recorde-de-inscritos-172000

    Devo usar, esse, neste ou este?

    Obrigado

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Boa pergunta.

      Bem, nós usamos o "neste" para se referir ao ano atual (que ainda não acabou). Caso queiramos fazer uma referência a um tempo futuro ou passado, então usamos o "nesse", retomando o ano (e, para tanto, ele deve ter sido indicado anteriormente). Portanto, tudo depende do sentido que você quer dar ao seu exemplo. Logo, precisamos contextualizá-lo melhor. Observe:

      Putz! A Fuvest teve um número recorde de inscritos em 2013. Tinha que ser NESTE ano?!

      NESTE => se refere aos inscritos em 2013

      Putz! A Fuvest teve um número recorde de inscritos para o vestibular de 2014! Tinha que ser NESSE ano?!

      NESSE => se refere aos inscritos para o vestibular de 2014

      Veja que os inscritos são os mesmos. Porém, eu preciso estabelecer o que eu quero dizer: refiro-me aos inscritos para o vestibular de 2014, ou então aos inscritos em 2013? Observe que são duas questões diferentes. Em uma abordagem, eu foco o ano de 2014 (tinha que ser no vestibular de 2014?). Em outra, eu foco no ano atual (tinha que ser em 2013?). Em uma abordagem eu digo: no ano de 2013 (neste ano) houve um recorde de inscritos. Em outra eu digo: o vestibular de 2014 (neste ano) teve um recorde de inscritos.

      Só pra resumir: usamos "neste" para se referir ao ano atual. Nos demais casos usamos o "nesse", retomando o ano que já foi indicado anteriormente.

      Para concluir, vamos ver um exemplo qualquer:

      NESTE ano eu vou publicar meu livro (ano:2013).
      Em 2010 eu publiquei o meu livro. NESSE ano eu morava em Angra dos Reis (ano:2010).
      Em 2016 eu vou publicar o meu segundo livro. NESSE ano eu pretendo fazer o meu doutorado (ano:2016).

      Excluir
  11. Tenho uma dúvida:
    - Escrevo:
    "Com base nestas diferenças explícitas..." ou "Com base nessas diferenças explícitas..."?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Depende do contexto. Se você estiver retomando as "diferenças explícitas" (já as explicou anteriormente), então você deve usar o "nessas". Caso contrário, use o "nestas".

      Excluir
  12. O que tenho a dizer? Sensacional... Que blog interativo, cuidadoso e necessariamente, muito dinâmico e humorístico, atuando assim, como ferramenta para a aprendizagem significativa dos demais leitores...
    Agradeço por ter encontrado tamanha sacada... Show!

    ResponderExcluir
  13. Qual o correto:
    "Te desejo tudo que há de melhor; nesse mundão ou neste mundão"

    ResponderExcluir
  14. O slogan do McDonalds "amo muito tudo isso". Não seria isto, pelo fato da idéia não ter sido apresentada ainda?

    Grato.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Esse caso é diferente. O "isso" está contextualizado por toda uma campanha publicitária. O slogan é apenas uma parte do todo que retoma o todo.

      Excluir
    2. Obrigado, Peter! Entendi, não usamos isto então porque retoma sim uma idéia, que seria toda a campanha, tudo que é citado na campanha, a comida, o status, etc. Apenas de nao ser explicitamente referenciado... Havia entendido que precisaria ter sido citado antes, tipo na frase ou parágrafo anterior, mas pelo jeito não, pode retormar uma idéia exposta bem antes, em outro meio, etc...

      Excluir
  15. um jogo "o jogador foi expulso com 20 minutos desse primeiro tempo". o certo seria deste, não? Pois ele nao havia citado o 1o tempo antes. Minha duvida é se as regras citadas são excludentes. Se é algo proximo de quem fala, usar este, perto do ouvinte, usar esse... Se é a primeira vez que voce cita algo, este, se você está referenciando o que ja foi dito, use "esse". No caso do exemplo acima, como nao é algo proximo de falante nem ouvinte e foi falando pela 1a vez, devo usar deste, correto? Entendi corretamente?

    Grato!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Tudo depende da situação: você está escrevendo ou está falando?

      Se você estiver escrevendo então você usará "desse" ou "deste" conforme a referência da "coisa falada" no discurso. Se você estiver falando então você usará "desse" ou "deste" conforme a proximidade da "coisa falada" em relação a você ou ao ouvinte.

      No discurso escrito podemos escrever: "Quando eu entrei na sala o jogo ainda estava no PRIMEIRO TEMPO. Um jogador foi expulso aos vinte minutos DESSE tempo". Observe que o "nesse" retoma "primeiro tempo", expressão que já apareceu no discurso. Portanto, devemos usar obrigatoriamente o "desse".

      No caso do uso de "desse" e "deste" no texto escrito, na maior parte das vezes nós vamos usar o "desse", retomando algo que foi dito anteriormente, pois para apresentar alguma informação nova usaremos o "neste" ou "este" (dificilmente usaremos o "deste"... nenhum exemplo vem à minha cabeça agora).

      Por outro lado, no momento da fala não é possível "medir" a distância entre o "tempo" e o ouvinte ou entre o tempo e mim. É algo abstrato: não é um objeto material que pode ser localizado no espaço. Nesse caso específico, por se tratar de "tempo", usaremos o "deste" para se referir ao tempo presente e "desse" para se referir a um tempo passado ou futuro.

      Portanto, se você estiver na sala assistindo ao jogo então deverá falar "o jogador foi expulso com 20 minutos deste primeiro tempo" caso o jogo esteja realmente no primeiro tempo.

      Veja um exemplo mais claro (na hora da fala):

      "NESTE ano, eu vou viajar" (momento atual)

      (sobre 1991) NESSE ano, meu pai comprou um carro (momento passado)

      (sobre 2070) NESSE ano eu provavelmente já serei avô (momento futuro).

      Excluir
    2. Obrigado!!!

      1) Era uma partida de futebol, o narrador da TV disse "o jogador foi expulso com 20 minutos desse primeiro tempo"... Entao pelo que entendi, o certo seria ele dizer "deste", pois estava no primeiro tempo, correto? Se estivesse no segundo tempo também, pois ainda é bem recente, correto?

      O que dificulta é que as pessoas usam erroneamente, então me confunde.

      2) Se vejo uma imagem numa rede social e a pessoa cita "essa é boa!". Ela está se referindo à imagem. A imagem é considerado algo dito anteriormente? Imagino que não, então o correto seria "esta é boa!", não?

      3) E quando estou falando, no caso de me referir a algo abstrato, nao sei se está próximo de mim nem do ouvinte. Exemplo "esta é uma fotografia do planeta Mercúrio", sem antes ter me referido a este (correto aqui usar este por retomar o termo, né?)

      Mercurio nao está proximo de ninguém :))

      Mas uso este porque estou me referindo a ele pela primeira vez, não? Mas voce cita que seria tal caso apenas na escrita. No caso, a pessoa está falando... então seria "essa é uma fotografia do planeta mercúrio"?

      Sinto pela dificuldade na compreensão, mas estou chegando lá, tentando escutar quando as pessoas usam tais termos, na escrita e aprender a usá-los corretamente.

      Grato!

      Excluir
    3. Bem, vamos caso por caso. Lembro que na fala nós usamos a regra da proximidade dos objetos em relação ao falante e ao ouvinte enquanto que na escrita nós usamos a regra do posicionamento das palavras no discurso.

      Item 1)

      É uma mensagem falada e o meu objeto é o "tempo". Portanto, eu usarei "deste" para se referir ao tempo atual. Logo, o locutor deve falar: “o jogador foi expulso com 20 minutos deste primeiro tempo”.

      Agora, se pelo contexto eu me referir a outro tempo (não ao tempo atual) então eu usarei “desse” para retomar esse tempo. Veja este exemplo:

      Narrador: Olha o gol! Olha o gol! Olha o gol... (72X) Gooooooool! O Juvenal acaba de fazer o primeiro gol DESTE SEGUNDO TEMPO (tempo atual).

      Comentarista: Mas o gol do primeiro tempo (anterior) foi mais bonito.

      Narrador: NESSE TEMPO (referindo-se ao primeiro tempo, ou seja: ao tempo anterior) o gol realmente foi mais bonito. Mas NESTE TEMPO (referindo-se ao segundo tempo, ou seja: ao tempo atual) o gol foi do Juvenal! Agora ele é o artilheiro da copa!

      Item 2)

      A rede social é escrita e os comentários aparecem DEPOIS da imagem. Portanto, a mensagem escrita está retomando algo que já foi apresentado (primeiro olhamos a imagem e depois olhamos os comentários). Portanto, o certo é escrever “essa é boa” (o “essa” retoma algo que já foi apresentado). Se a imagem aparecesse depois do comentário então o comentário deveria ser “esta é boa”.

      Imagem também é “texto”.

      Item 3)

      Não estamos falando de “Marte”, mas sim da “fotografia de Marte”. Se a fotografia, que é um objeto, estiver mais próxima de quem fala então devemos usar “este”.

      Excluir
  16. Muito obrigado! Esclareceu. Fantástico o blog. :)

    ResponderExcluir
  17. Sr,

    Parabens pelo sítio!

    Uma duvida sobre este tema...

    Nesta frase:

    O programa traz estatisticas sobre acesso. O objetivo dele é este apenas, detalhar os acessos.

    *** Posso "objetivo dele é este" ou precisa ser "esse"? Entendo que o fato ja foi citado e é escrito, entao eu deveria usar esse.

    Mas por outro lado, estou referindo-me ao termo anterior e sei que posso dizer algo tipo "joao gosta de carro e bicicleta. Esta é a preferencia dele, aquela nem tanto".

    Entao fico na duvida...

    Obrigado!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Se você escrever "o objetivo dele é esse apenas", você estará retomando o termo anterior, dizendo que o objetivo é "trazer estatísticas sobre o acesso".

      Se você escrever "o objetivo dele é este apenas", então você estará se referindo ao termo que aparece depois, dizendo que o objetivo é "detalhar os acessos". Nesse caso, seria mais adequado usar os dois-pontos, dizendo "o objetivo dele é este apenas: detalhar os acessos".

      O "este" não enxerga quem vem antes; é como jogar fora a oração "o programa traz estatísticas sobre acesso". Então ele só pode fazer referência ao que vem depois, que é o que ele enxerga ("detalhar os acessos"). Por isso, se você usar o "este" seria mais adequado usar os dois-pontos, como eu disse anteriormente.

      Do mesmo modo, o "esse" não enxerga quem vem depois; é como terminar o período no "apenas", dizendo "O programa traz estatísticas sobre acesso. O objetivo dele é esse apenas".

      Resumindo, existem duas informações em jogo: a que vem antes é "trazer estatísticas sobre o acesso" e a que vem depois é "detalhar os acessos". As duas informações não são idênticas, mas acabam se equivalendo por causa do contexto. Logo, você pode escrever tanto "esse" (para se referir a "traz estatísticas sobre acesso), quanto "este" (para se referir a "detalhar os acessos").

      Essa seria a resposta mais rigorosa, que segue rigorosamente o que está escrito na gramática normativa.

      E em relação ao uso do "este" para retomar o termo anterior, ele só é usado para distinguir o termo mais próximo do mais longe, ou seja: você precisa, necessariamente, ter dois termos anteriores para serem distinguidos (não pode retomar apenas um, porque essa tarefa é do "esse").

      Excluir
  18. Perfeito! Muito grato pela explicação!!!

    ResponderExcluir
  19. Ola, Srs.

    Se estou discutindo algo com alguem num email. A pessoa me responde "novidades sobre este caso?". No caso, eu posso responder "nao tenho novidades sobre esse caso"?

    No caso foi outra pessoa que citou anteriormente, entao vale a regra mesmo assim de que, como ja foi dito, devo usar "esse"?

    ou ainda, o fato de eu ja ter falado do caso em interacoes anteriores do email, posso retomar citando "esse"?

    ou seria o caso de usar "este", pois o caso está sendo citado, neste momento, novamente como se fosse a 1a vez e está retratado abaixo, no email.

    Grato.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Escreva "não tenho novidades sobre esse caso", já que o e-mail é um tipo de discurso escrito e você está fazendo referência a um elemento ("caso") que já está presente no contexto desse discurso, já que você sabe do que vocês estão falando.

      Excluir
  20. Obrigado, Peter. Fiquei na duvida pois é uma conversa nova, mas de uma conversacao que ja existia, entendi entao que vale a regra de usar "esse" porque realmente ja foi citado, nao importa se numa interacao/momento interior...

    A regra parece bem flexivel, mas as vezes ficam essas duvidas, como a que o amigo citou, o anuncio do McDonalds, Amo muito tudo isso. Teoricamente, o certo seria ISTO, pois nao citou antes, por escrito o que era. Mas voce respondeu, vejo aqui nas respostas, que está retomando a campanha toda (e se a pessoa nao assistiu a campanha? :))..

    Entao essa flexibilidade por vezes me gera dúvidas. Mas estou pegando...

    Grato!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sim, a regra é flexível e é normal que dúvidas ocorram. Afinal, os próprios gramáticos entram em discordância em determinados assuntos da gramática, já que a Nomenclatura Gramatical Brasileira é antiga, não cobre todas as questões da língua e é diferente da língua falada hoje em dia, alegando que o que não estiver de acordo com ela está errado (não faz parte da norma culta). É por isso que existem vários tipos diferentes de gramática. Na escola, nós aprendemos apenas a gramática normativa, que é baseada na Nomenclatura Gramatical Brasileira (estabelecida para dividir a língua rigidamente entre o "certo" e o "errado", sem questionar a sua transformação ao longo do tempo). Existem outros estudos, outras teorias, outras formas de raciocínio e outras gramáticas.

      Porém não se preocupe porque as questões de prova são feitas para terem uma resposta correta sem abrir margem para esse tipo de flexibilidade, sendo comprovadas pela regra sem gerar dúvidas, sendo aplicadas à normatividade. Quando isso falha, as questões são anuladas ou acabam recebendo mais de um gabarito. Como o professor quer evitar isso a todo custo, ele procura elaborar uma questão sem causar polêmica e sem abrir brechas para ela ser anulada.

      No caso da propaganda do McDonalds, o slogan "amo muito tudo isso" está contextualizado por uma campanha publicitária que é veiculada tanto de forma escrita (banners, etc) quanto em meios visuais e sonoros (vídeos). Então, no fim das contas, nós temos uma grande "salada" e o "isso" sintetiza essa salada toda. Nos comerciais, o "amo muito tudo isso" é a última coisa que aparece no vídeo, retomando, assim, a ideia que foi transmitida ao longo do vídeo. Sempre que o consumidor olha para o "amo muito tudo isso" ele olha para o "isso" e retoma a propaganda e as imagens. Isso faz parte dos propósitos da propaganda.

      Claro que esse é um caso associado à Publicidade, que tem as suas próprias características. Nós não podemos aprender português com Publicidade. Afinal, ela não quer falar de modo correto, mas sim ela quer vender a sua ideia de qualquer jeito mesmo que ela fale errado. Por exemplo, o correto é dizer "venha para a Caixa você também" ou "vem para a Caixa tu também" (ao invés de "vem pra Caixa você também"). Portanto, ao usarmos os exemplos da Publicidade nós precisamos ter bastante cuidado. Não podemos aprender português com ela.

      Excluir
  21. Obrigado, Peter. Como sempre nota 10 seu site, suas explicações e esse espaço democrático.

    Você tem toda razão sobre não aprender com publicidade, mas tento observar tudo, criticar, etc, assim aprendo. Pena que na TV, mídia, etc. há tantos erros e isso acaba dificultando também o aprendizado...

    Abraços!

    ResponderExcluir
  22. Muito bom! Obrigado por este esclarecimento! Rs!

    ResponderExcluir
  23. Muito bom o blog! Mas ainda tenho dúvidas.
    Veja: se escrevo, num agradecimento de monografia, deve ser assim: "Agradeço essa conquista, e todas as demais, aos meus pais". Ou assim: "Agradeço esta conquista, e todas as demais, aos meus pais"?
    E, se eu tirar o "todas as demais", como deve ser?

    Abraços

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. O agradecimento é um elemento pré-textual da monografia, ou seja: aparece antes do corpo do texto. Então você pode escrever "agradeço esta conquista".

      É interessante seguir um modelo de agradecimento ordenado em categorias, começando por Deus (caso você não seja ateu), seguindo pelos pais, pelo professor orientador, pelos colegas e também pela universidade.

      Excluir
  24. Boa tarde Peter!

    Conheci agora este blog ao tentar sanar minha dúvida sobre a colocação do pronome demonstrativo numa situação específica.
    Já conheço algo sobre, porém, me deparei com uma dúvida e citarei um exemplo para que você me ajude.
    Vou ao mercado, faço minhas compras e solicito ao caixa a entrega em domicílio (na MINHA casa) . Daí eu anoto num papel meu endereço e entrego ao caixa dizendo "por gentileza, quero que entregue ..... endereço". Uso então nesse ou neste (endereço)?

    Grata.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. A gramática prescreve que nós devemos usar os pronomes demonstrativos de acordo com a distância do objeto falado entre o falante e o ouvinte. Como você está entregando o papel na mão do ouvinte, você pode dizer "por gentileza, quero que entregue neste endereço". Quando o objeto está muito perto do ouvinte e também muito perto do falante eu costumo usar "neste", "este", "isto".

      Excluir

Licença Creative Commons
Blog do Gramaticando, de Vinícius Souza Figueredo, está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional. Brasil, ANO XI. Tecnologia do Blogger.
©