"Têm" ou "Tem"?

Qual é o correto? "Têm" ou "Tem"?

Para sua imensa (in)felicidade, os dois termos estão corretíssimos. A gente usa "têm" para plural (ex: eles têm) e a gente usa "tem" para singular (ex: ele tem).

Como nada é mais didático do que os exemplos, vejamos:

Os pássaros têm uma boa mira

Típica coisa que não aparecem nos filmes...

Veja que, por "pássaro" estar no plural, nós usamos o verbo "ter" com o acento diferencia (^), ficando "têm".

Agora, veja o próximo exemplo:

Caberildo tem muito espaço para trabalhar no escritório

Caberildo, num moderno e aconchegante
 escritório da BREGA-BREGA LTDA

Nesse caso, "Caberildo" é singular. Portanto, não se conjuga o verbo "ter" com o acento diferencial (^), ficando, portanto, "tem".



Crédito das imagens (na ordem em que se apresentam):
ivancarlo.blogspot.com
ultimoriso.blogspot.com

As explicações nas postagens possuem, de forma estratégica, caráter informal e coloquial para preservar o conceito autor-leitor, que faz parte do modelo expressivo cultivado pelo blog. Leve em consideração o conteúdo da postagem e não a forma em que ela será apresentada. 

Regência Verbal (lista de verbos)

Parte 1: verbos que causam dúvidas

# NAMORAR

Qual é o certo?

Bonifácio namora Maria.
Bonifácio namora com Maria.


O correto é “Bonifácio namora Maria”. Namorar é um verbo transitivo direto: não exige preposição (liga-se diretamente ao complemento). Portanto, não esqueça: o verbo “namorar” não exige o “com”

Com quem Bonifácio namora? (errado)
Quem Bonifácio namora? (certo)

Bonifácio namora com Maria (errado)
Bonifácio namora Maria (certo)





# PREFERIR

Outro verbo muito interessante vem no próximo exemplo.

Qual é o certo?

Geraldo prefere matemática do que filosofia
Geraldo prefere matemática à filosofia




O correto é “Geraldo prefere matemática a filosofia”. Todo mundo fala “eu prefiro isso do que aquilo”, mas não se usa o termo “do que” para o verbo preferir, mas sim o “a”: “eu prefiro isso a aquilo”.

Sim, eu sei: é estranho, tanto que, às vezes, eu mesmo prefiro falar errado a pensarem que eu estou falando errado.


Agora, vejamos essa próxima:

#(DES)OBEDECER

Geraldo obedece o aviso
Geraldo obedece ao aviso
Um aviso bem útil
O correto é “obedece ao aviso”. O verbo obedecer é transitivo indireto, portanto você precisa literalmente enfiar a preposição “a” entre ele e seu complemento. Portanto, sempre diga “eu obedeço AOS meus pais”. Bem... no caso de desobedecer, a regra vale também: “eu desobedeço AOS meus pais” e, no exemplo, seria “Geraldo desobedece AO aviso”. Está errado falar “obedeço o fulano, obedeço o ciclano”.




OBS:  O “AO” é a junção de “A” mais “O”. Se tiver uma palavra feminina depois do verbo, o “O” vira “A” e a junção é “A” com “A”. A fusão de dois “A” é o “A” craseado (à). Ex: Geraldo obedece à advertência (advertência=palavra feminina)



Parte 2: Verbos com mais de um sentido


#ASSISTIR

Você imediatamente associa o verbo "assistir" ao "ver", principalmente TV (estou assistindo ao programa tal). Porém, "assistir" tem, pelo menos, 4 significados diferentes. Vamos nos ater a 3, que são os que tropeçam e caem nas provas.

No sentido de “ver”, nós usamos a preposição “A”: 

Geraldo assistiu ao filme do Homem-Aranha.



Portanto, assistir no sentido de “ver” tem que usar o “a”: “assisti ao jogo, ao filme, ao campeonato, ao desenho, à apresentação, à opera" e por aí vai. Está errado dizer “assisti o filme”.

OBS: mais uma vez saliento e bato na mesma tecla: "ao" é união da preposição "a" (exigida pelo verbo) com o artigo "o" (substantivo masculino que vem em seguida) e "à" é a união da preposição "a" (exigida pelo verbo) com o artigo "a" (substantivo feminino que vem em seguida). 

Assistir no sentido de “morar”, nós usamos a preposição “EM”:

Assisto em Porto Alegre.

Isso quer dizer que moro em Porto Alegre. É uma expressão já em desuso hoje em dia e só serve para cair em provas mesmo, porque eu nunca vi alguém falar isso (exceto o professor que explica essa matéria).

Assistir no sentido de dar assistência (ajudar, auxiliar) não tem preposição:

A enfermeira assistiu o paciente.


Nesse sentido, de dar assistência, de ajudar, não tem preposição.


#ASPIRAR

O verbo aspirar tem dois sentidos: o mais comum, que é "sugar" e o menos comum, que é "desejar".

No sentido de “sugar” (aspirar o ar, sugar o ar) não tem preposição.


Geraldo odeia aspirar fumaça de cigarro.


Vejam que não tem preposição nenhuma entre “aspirar” e “fumaça”, pois aspirar tem sentido de sugar a fumaça, respirar a fumaça.

Aspirar no sentido de “desejar”, “querer”, “sonhar” tem preposição:

Maria aspira ao talento de dirigir de modo satisfatório.



Observe que entre “aspira” e “talento” tem o “AO”, que é o encontro da preposição A, exigida pelo verbo, com o artigo “O” (que define “talento”)

Portanto, aspirar no sentido de sugar não tem preposição, enquanto no sentido de querer ou desejar tem preposição “a”.

Vejamos, agora, o verbo “agradar”.

# AGRADAR

O verbo "agradar" tem dois sentidos: fazer carinho (acariciar) ou agradar mesmo, da forma que a gente conhece (ser agradável)

No sentido de “acariciar” ou “fazer carinho” não exige preposição:

Maria agradou Geraldo

Ou seja: Maria acariciou, fez carinho em Geraldo.

No sentido de “ser agradável”, “satisfazer” ou “contentarexige a preposição “a”:

O jogo não agradou ao técnico. 


Portanto, só se usa preposição com o verbo “agradar” quando ele ter o sentido de “ser agradável” ou “satisfazer”.

# VISAR


O verbo “visar” tem três significados: “dar o visto”, “desejar” e “mirar no alvo”.

vai ter preposição “a” quando significar “desejar”, “almejar”. Veja:

Maria visa a se tornar uma boa treinadora de cães




# QUERER


Esse é um daqueles casos "sem noção": a gente aprende algo que nunca é usado. O verbo "querer" tem dois significados: o normal, que é "desejo de algo, desejo de posse", ou então pode ter o sentido de "gostar" ou "estimar".

No sentido de “desejo de posse por algo”, não exige preposição “a”. 

Eu quero o carro do Geraldo.


“Querer”, nesse caso, tem o mesmo significado de “desejo de posse”. Portanto, não tem preposição “a” depois dele: é transitivo direto. Não tem preposição entre o “quero” e o “carro”: só tem o “o”, que é artigo definido.  

No sentido de “estimar” ou "gostar" exige a preposição "a". 

Geraldo quer ao seu cachorro.

Estranho, não? Significa que Geraldo gosta, tem estima por seu cão... Esse é mais um caso que está em completo desuso na língua portuguesa, exceto nos vestibulares da vida e nos concursos públicos. Não entendo o fundamento de estudar coisas que nós não usamos. 


Nessas duas partes, nós vimos a regência verbal de 11 verbos: namorar, preferir, obedecer, desobedecer, desfrutar, usufruir, assistir, aspirar, agradar, visar, querer. Você se lembra de todos? Aconselho a dar mais uma olhada para fixar, mas não se esqueça de que fazer exercícios é a forma mais eficaz de fixar esse conteúdo.


Parte 3: Verbos peculiares

Agora, vamos partir para alguns verbos mais chatos e problemáticos. Na primeira parte, nós vimos os verbos mais comuns de serem confundidos e, na segunda, nós vimos os verbos que variam de significado.

#ESQUECER/LEMBRAR

Se forem pronominais, eles se tornam transitivos indiretos. Caso contrário, serão transitivos diretos. Se você não entendeu o que eu acabei de dizer então não se preocupe. Nada mais didático do que os exemplos:

Geraldo se esqueceu do carro no estacionamento.
Geraldo esqueceu o carro no estacionamento.



Essas duas orações estão corretas. A primeira é pronominal. Antes de “esqueceu” tem um “se”. Portanto, tem que dizer “se esqueceu da”. A segunda oração não é pronominal, portanto vai direto: “esqueceu a”. Entendeu? Vamos ver outro exemplo:

Ontem, eu me esqueci do pendrive em casa.
Ontem, eu esqueci o pendrive em casa.


A primeira oração é pronominal: tem um “me” antes do “esqueci”. Logo, preciso usar preposição depois do verbo esquecer, ficando “me esqueci da”. Na segunda oração, não tem pronome. Portanto, é direto: “esqueci a chave”.

Essa mesma propriedade acontece com o verbo “lembrar”. Portanto, ou a gente fala “me esqueci disso”, ou fala “esqueci isso”. Ou a gente fala “me lembrei disso”, ou “lembrei isso”. Como também, ou a gente fala “se esqueceu disso” ou “esqueceu isso”. E, se o tempo verbal mudar, a regra continua: “se esquecerá disso” ou “esquecerá isso”, “me esquecerei disso” ou “esquecerei isso”. Certo?

O "me" e o "se" são pronomes (me, te, se, lhe, nos, vos, o, a...). Sempre que eles aparecerem junto com os verbos "esquecer" e "lembrar", esses verbos serão pronominais e, dessa forma, vão exigir a preposição "a". Caso contrário, não vão exigir.


# PAGAR/PERDOAR/AGRADECER


Os verbos “pagar”, "perdoar" e "agradecer" só exigem preposição quando se referem a alguma pessoa. Se ele se referir a uma coisa ou objeto, então não terá preposição. Veja o exemplo a seguir:

Geraldo pagou o cheque ao José.


Só tem preposição “a” em “pagou AO José”, pois José é pessoa (não é objeto, coisa ou animal... quer dizer, pode até ser um "animal", mas não vamos entrar nesse mérito).

Não há preposição em cheque, pois cheque não é gente, não é pessoa: é coisa, é objeto. Por isso que a gente fala “pagou o cheque” e não “pagou ao cheque” e falamos “pagou AO José” e não “o José”. 

Seguem essa regra os verbos “Agradecer” e “Perdoar”. 

#CHAMAR 


O verbo "chamar" tem três significados 

Significando "apelidar"

O verbo "chamar", significando "apelidar", tem liberdade total:




Chamei Maria de "Bruxa do 71". 
Chamei a Maria de "Bruxa do 71". 
Chamei Maria"Bruxa do 71". 
Chamei a Maria "Brxa do 71". 

Lembre-se: "chamar", nesse caso, tem o sentido de "apelidar".

Significando "invocar"

O verbo "chamar", significando "invocação", precisa da preposição "a"

Chamei a Jesus Cristo 

Observe, nessa oração, que eu estou invocando a Jesus Cristo (e não o "chamando", o convidando)

Significando "convocar"

O verbo "chamar", significando "convocar", não precisa da preposição "a"

Chamei o menino. 


Observe que, diferente do caso anterior, eu não estou "invocando" o menino, mas sim o convocando, o "chamando".

Já vimos, até aqui, a regência de 17 verbos. Acredito que esses sejam os principais que você deve saber. Na próxima parte, logo abaixo, temos mais 17 verbos (nem tão usados). 

Parte 4: Outros verbos

Abaixo, a regência de alguns outros verbos (nem tão usados como os que já foram apresentados)

#SIMPATIZAR/ANTI-SIMPATIZAR
Sempre exige a preposição “com”. (eu simpatizo com fulano, com ciclano,...)

#AGUARDAR
Exige e não exige preposição: (Eles aguardavam o ônibus ou eles aguardavam pelo ônibus)

#FALTAR/RESTAR/BASTAR
Intransitivos ou exigem a preposição A.
Ele faltou hoje (intransitivo)
Ele faltou ao trabalho (prep. A)

#PROCEDER
Significando "dar início" ou "realizar" exige preposição A
Geraldo precedeu à realização das provas

Significando "originar-se" exige preposição DE
A dor de barriga de Geraldo procede da comilança do final de semana

Significando "conduzir-se" ou "ter fundamento" é intransitivo
As palavras de Geraldo não procedem

#RENUNCIAR
Exige ou não exige preposição "a"
Geraldo renunciou o cargo (sem)
Geraldo renunciou ao cargo (com)
Geraldo renunciou a presidência (sem)
Geraldo renunciou à presidência (com)

Admitem duas construções (com e sem preposição) os verbos:

Avisar, advertir, certificar, cientificar, comunicar, informar, noticiar, notificar, prevenir

Exemplo:
"avisar algo a alguém" ou "avisar alguém de algo"
"advertir algo a alguém" ou "advertir alguém de algo"
etc...



Sessão, seção ou cessão?

Como se fala? Sessão (com dois “s”), seção (com “c” cedilha) ou cessão (com “c”).

Para sua enorme infelicidade, existem todos os três tipos possíveis de “sessões”. Não se preocupe, pois iremos definir a diferença de cada uma delas. Vamos em partes.

Sessão significa intervalo ou reunião. Logo, é correto dizer “sessão de cinema”, pois é como se fosse uma reunião onde os indivíduos se encontrariam para assistirem um filme com hora marcada. Por isso, o famoso programa da Rede Globo, que acompanhou as nossas infâncias, se chama “Sessão da Tarde” com dois “SS”.

Nada mais didático do que um exemplo:

Francisclildo chegou atrasado à sessão de cinema porque seu carro enguiçou.
Francisclildo e seu carro fabricado pelas
Carrocerias e Motores BREGA-BREGA LTDA



Agora, “seção” significa departamento, setor ou divisão. Vamos ao exemplo:

Jurênimo trabalha na seção de cães voadores.


Típico cão voador, muito comum hoje em dia



E, para terminar, “cessão” com “c” no início é relativo ao verbo “ceder”, que significa “entregar” ou “dar”. Vamos ao exemplo:

Jurandiro resolveu fazer a cessão de sua casa a Frigomildo.

A casa de Jurandiro, criação dos
serviços arquitetônicos da "BREGA-BREGA" LTDA


Ou seja: Jurandiro entregou, doou, cedeu sua casa a Frigomildo. Nesse sentido, usamos o “ceder” com “c” no início.

Vamos rever os exemplos:

Francisclildo chegou atrasado à sessão de cinema porque seu carro enguiçou. (com dois “SS” significa reunião ou intervalo)

Jurênimo trabalha na seção de cães voadores. (com “c” cedilha, significa setor, divisão, departamento. É sinônimo de “secção”, que é um termo usado mais na matemática, por exemplo: “a secção transversal do cilindro”, geometria espacial).

Jurandiro resolveu fazer a cessão de sua casa a Frigomildo. (com “c” no início, é relativo ao verbo “ceder”, o mesmo que “entregar”, “dar”)

VERBATIM!

"HÁ" ou "A"?

Hoje nós vamos falar a respeito da diferença entre o HÁ e o A. Entre o “HÁ” com “H” e o “A” sem H. Certo?


A diferença é muito simples. Basta saber que o HÁ se refere ao passado, tendo o mesmo significado de FAZ (do verbo fazer), enquanto o A se refere ao futuro, a uma coisa que será feita.

Nada mais didático do que os exemplos:

Papai Noel andou de bicicleta dois dias.

Observe que, por se tratar de uma ação ocorrida no passado (dois dias atrás), eu usarei o HÁ (com H), que tem o mesmo significado do FAZ (do verbo fazer).

Papai Noel andou de bicicleta faz dois dias




Agora, vejamos outro exemplo:

Torôncio será arremessado no mar daqui a meia hora


Observe que, por se tratar de uma ação futura, eu usarei o A.


Certo? Vamos rever os exemplos:

Papai Noel andou de bicicleta há dois dias. (ação passada – uso o "HÁ")
Torôncio será arremessado no mar daqui a meia hora (ação futura – uso o "A")

VERBATIM!


"Mau" ou "Mal"?

Quando usar "mau" e quando usar "mal"?

Basta saber da clássica Regra da Correspondência, tão velha que foi tombada como patrimônio histórico:

MAU é o contrário do BOM
MAL é o contrário de BEM





Exemplos:

Godofrediano é um ......... garoto.

Para saber se é "mal" ou "mau", basta trocar por "bem" ou "bom" e fazer a correspondência:



Godofrediano é um BEM garoto. (ERRADO)
Godofrediano é um BOM garoto. (CERTO)

Como a frase tem sentido com o "bem", nós vamos corresponder com o "mau":

Godofrediano é um MAU garoto.

Outro exemplo:

Jorgivardo comeu cinco quilos de batata frita e passou .......

Vamos fazer as trocas e ver qual que se encaixa melhor:

Jorgivardo comeu cinco quilos de batata frita e passou BEM. (CERTO)
Jorgivardo comeu cinco quilos de batata frita e passou BOM. (ERRADO)

Observe que usando o "bem" a frase fica com sentido. Assim, fazendo a correspondência, fica:

Jorgivardo comeu cinco quilos de batata frita e passou MAL.

As explicações nas postagens possuem, de forma estratégica, caráter informal e coloquial para preservar o conceito autor-leitor, que faz parte do modelo expressivo cultivado pelo blog. Leve em consideração o conteúdo da postagem e não a forma em que ela será apresentada. 

"Este" ou "Esse"? "Nesse" ou "Neste"?

A dúvida é: quando devemos usar “este”, “esse” ou “aquele"?

Existem várias regras para regular o uso desses pronomes demonstrativos e essas regras mudam se nós estivermos falando ou escrevendo. Vamos estudar, então, cada caso: 

Caso 1) Na hora da fala

1.1) Falamos “este(s)”, “esta(s)” ou “isto” para se referir a um objeto próximo ao falante.


Este ao meu lado é meu colega Ximpônio.
Esta gravura que eu estou segurando é muito antiga.
Vista esta calça que eu estou segurando.


1.2) Falamos “esse(s)”, “essa(s)” ou “isso” para se referir a um objeto próximo ao ouvinte:

Quem é esse ao seu lado?
Esse gravura que você está segurando parece antiga.
Eu não vou vestir essa calça que você está segurando.


1.3) Usamos “aquele(s)”, “aquela(s)” e “aquilo” para se referir a um objeto longe tanto do ouvinte como do falante.


Quem é aquele do lado daquela moça lá do outro lado do vagão?
Aquela gravura, pendurada naquela parede, parece antiga.
Eu não vou vestir aquela calça que está guardado lá naquele armário.


RESUMINDO:

De quem é esta caneta? (a caneta está próxima de quem está falando)
De quem é essa caneta? (a caneta está próxima de quem está ouvindo)
De quem é aquela caneta? (a caneta está longe tanto do ouvinte como do falante)


Caso 2) Na hora de escrever

2.1) Escrevemos “este(s)”, “esta(s)” ou “isto” para nos referirmos a uma ideia que não foi apresentada ainda ao longo do discurso:


Veja como este nome é bonito: Xampônio.
De toda a matéria, só sei isto: dois mais dois é cinco.
De toda a matéria, só não sei isto: encontrar o maldito "x"


2.2) Escrevemos “esse(s)”, “essa(s)” ou “isso” para nos referirmos a uma ideia que já foi apresentada ao longo do discurso:

Xampônio: esse nome é lindo de morrer!
Quem somos? De onde viemos? Onde almoçaremos? Essas são as perguntas dos filósofos. 
Einstein formulou a Teoria da Relatividade. Essa teoria é muito importante na Física.






Caso 3) Substituições

Usamos os pronomes para substituirmos termos e expressões que já foram usados antes. Assim, é possível evitarmos a repetição. 

Usamos “este” para o último elemento mencionado; usa-se “aquele” para o primeiro elemento mencionado.

Xampônio e Xivaldo foram presidentes do Clube Cruz Credus. Este (Xivaldo) foi um mau presidente, enquanto aquele (Xampônio) foi um bom presidente.



Outro caso: neste ano X nesse ano

A ideia do "neste" (em + este) é de proximidade. Portanto, o correto é falar "neste ano" para o ano que ainda não acabou. Quanto ao "nesse" (em + esse), nós devemos o usar para fazer a retomada de algum ano específico.

Victor nasceu em 1930. Nesse ano (retomando o ano de 1930), eu não era nascido. 

Victor ainda não sabe se vai se aposentar neste ano (ano atual)


"Onde" ou "Aonde"?


As explicações nas postagens possuem, de forma estratégica, caráter informal e coloquial para preservar o conceito autor-leitor, que faz parte do modelo expressivo cultivado pelo blog. Leve em consideração o conteúdo da postagem e não a forma em que ela será apresentada. 





Onde ou aonde? Qual é o certo? Como usar? Aonde e onde? Onde ou aonde? Onde e aonde? Aonde ou onde?

Apenas uma letra é capaz de confundir nossas "cacholas". Onde e aonde são palavras com significados diferentes. Confira abaixo:


1) Onde

"Onde" significa "em algum lugar". Portanto, se refere a algo parado ou fixo:

Onde fica a sua casa?
Jeremias mora onde Judas perdeu as botas.
Clauvicleiton morou num lugar onde Berisberta morou.

Entendeu? Agora vamos ver a próxima situação para compreender a diferença:

2) Aonde

(continua...)

Usar "por que", "porque", "por quê" ou "porquê"?

1ª Caso: "Por que" (separado)

1) Por que (sem acento)

Pode ser substituído pelas expressões "por qual razão" ou "por que razão". Note que você pode colocar a palavra "razão" logo depois de "por que". Daí vem a dica:

DICA: por que = por que razão ("por que separado, razão no lado") 

Exemplos:

Por que Jurandir destruiu o computador?
Por que razão Jurandir destruiu o computador?

Conte-me por que Jurandir destruiu o computador.
Conte-me por que razão Jurandir destruiu o computador.


Agora, se "por que" estiver ao final da frase ele receberá o acento circunflexo (por quê). Veja o próximo tópico.


2) Por quê (com acento)


Funciona igual ao "por que", mas recebe o acento quando estiver no final de uma frase. A sílaba "que" se torna tônica, como se estivesse marcando o final da frase, recebendo o acento.


Jurandir destruiu o computador por quê?

Jurandir destruiu o computador? Por quê?


Observe que a dica do "por que separado, razão no lado" continua valendo, já que escrevemos "por quê" separado. 

Jurandir destruiu o computador por que razão?

Jurandir destruiu o computador? Por que razão?


Esse foi o caso do "por que" separado. Sempre que for possível acrescentar a palavra "razão" logo depois dele nós vamos usar "por que" (se não estiver no final da frase) ou "por quê" (caso esteja ao final da frase).

Agora vejamos o próximo caso:


2ª Caso: "Porque" (junto)

3) "Porque" (junto e sem acento)

"Porque" (junto e sem acento) tem o mesmo sentido de "pois". Portanto, "porque" não é usado para fazer perguntas, mas sim para respondê-las.


Jurandir destruiu o computador porque ele ficou irritado com o avião de papel.
Jurandir destruiu o computador pois ele ficou irritado com o avião de papel. 





Veja que a regra do "por que separado, razão no lado" não funciona aqui, já que, nesse caso, "porque" é escrito junto (e não separado.

Jurandir destruiu o computador porque razão ele ficou irritado... 



4) "Porquê" (junto e com acento)

Quando "porquê" é escrito junto e com acento ele faz papel de substantivo. O substantivo é a palavra que funciona como nome e, de modo geral, aparece junto com o artigo "o" (o porquê).

Veja os exemplos e, assim, você vai entender:

Eu só quero saber o porquê de o Jurandir ter destruído o computador.


DICA: A expressão "o porquê" pode ser substituída por "a razão".

Não entendo o porquê de ter ido mal na prova!
Não entendo a razão de ter ido mal na prova!


Para revisar, vamos rever os exemplos:

Por que Jurandir destruiu o computador?
Conte-me por que Jurandir destruiu o computador.
Jurandir destruiu o computador por quê?
Jurandir destruiu o computador? Por quê?
Eu só quero saber o porquê de o Jurandir ter destruído o computador.
Jurandir destruiu o computador porque ele ficou irritado com o avião de papel.



O complicado verbo "haver"

Vamos conhecer um pouco mais o verbo HAVER nessa postagem. 


As explicações nas postagens possuem, de forma estratégica, caráter informal e coloquial para preservar o conceito autor-leitor, que faz parte do modelo expressivo cultivado pelo blog. Leve em consideração o conteúdo da postagem e não a forma em que ela será apresentada. 


Quando eu uso "haverão", "houveram", "houve" e há? Que confusão, né? Vamos com calma, lek:

HAVER=EXISTIR

1) Quando o verbo haver tiver o mesmo significado de existir, teremos os seguintes casos:

1.1) FUTURO

Para o futuro (a coisa que vai acontecer), nós usaremos HAVERÁ. E ponto final, lek! Só vamos usar HAVERÁ, independente se vier uma palavra no plural depois porque não existe o termo "haverão"! Beleza?
Frigomeda empregou o verbo "haver" de forma correta



Exemplos:

Frigomeda disse que HAVERÁ reunião amanhã.
Frigomeda disse que HAVERÁ reuniões amanhã.





(continua...)

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