Sujeito


Na postagem anterior, nós começamos a estudar o assunto Análise Sintática e aprendemos os conceitos iniciais desse conteúdo: vimos a diferença entre classe gramatical e função sintática, bem como a estrutura básica das orações (você pode ler a postagem anterior clicando aqui). Hoje nós vamos continuar nossos estudos, focando, agora, na definição e na classificação do sujeito da oração.

O QUE É SUJEITO?

Geralmente as gramáticas definem o sujeito como "aquele sobre o qual se faz alguma declaração", ou "aquele sobre o qual se diz alguma coisa". Porém, essa definição é um pouco genérica e pode provocar dúvidas, principalmente se os termos da oração não estiverem na ordem direta.
 
Na prática, o sujeito é o termo que vai conjugar o verbo da oração, representando, portanto, uma das pessoas do discurso ("eu", "tu", "ele", "nós", "vós", "eles). E a justificativa disso é muito simples: a regra geral da concordância verbal (que estudaremos mais adiante) afirma que o verbo será conjugado de acordo com o sujeito, concordando com ele. 
 
Portanto, para identificar o sujeito, precisamos olhar para o verbo da oração e perguntar O QUÊ ou QUEM? Ou seja: "o que" ou "quem" é responsável em conjugar aquele verbo.

Vamos ao exemplo:

Frederico é professor de dança.
 
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Prof. Frederico ensinando a dar um giro. Ele é muito bom!


Verbo: "é".
Pergunta: O QUE ou QUEM é professor de dança? Resposta: Frederico.
Observe que "é professor de dança" é uma informação que se declara em relação a Frederico. Logo, Frederico é o sujeito da oração, pois a oração existe para dizer algo sobre ele. E como Frederico representa a terceira pessoa do singular ("ele"), o verbo fica conjugado na terceira pessoa do singular ("Frederico é professor de dança" / "ele é professor de dança"). 

Próximo exemplo:

  O gato pulou no banheiro.

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Veja como meu gato sabe pular bem.
 
Verbo: "pulou".
Pergunta: O QUE ou QUEM pulou no banheiro? Resposta: "o gato". 
Observe que "pulou no banheiro" indica o que o gato fez, sendo uma informação que se declara em relação ao gato.  Logo,  "o gato" é o sujeito da oração, pois a oração existe para se dizer alguma coisa sobre o que esse gato fez. 
 
Observe que esse sujeito tem duas palavras: o artigo "o" e o substantivo "gato". Portanto, nem sempre o sujeito ou qualquer outra função sintática será formada por somente uma palavra. E como "o gato" representa a terceira pessoa do singular ("ele"), o verbo fica conjugado na terceira pessoa do singular ("o gato pulou" / "ele pulou").
 
Agora, preste especial atenção no próximo exemplo.
 
ATENÇÃO
 
 
Ninguém viu o cachorro voador.

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Verbo: "viu"
Pergunta: O QUE ou QUEM viu o cachorro voador? Resposta: "ninguém".
 
Observe que a oração está declarando que ninguém viu o cachorro voador. Portanto, a oração está declarando algo (dando uma informação) sobre o pronome indefinido "ninguém". Logo, o sujeito da oração é a palavra "ninguém", mesmo que não faça sentido atribuir a ação do verbo a um ser indefinido que não sabemos quem é, pois a classificação não leva em conta o critério semântico (ou seja: de sentido), mas sim o critério sintático (ou seja: a organização das palavras dentro da oração). Veja que "ninguém" é a palavra que está na posição do sujeito, conjugando o verbo na terceira pessoa ("ninguém viu" / "ele(a) viu"). Portanto, pronomes indefinidos, assim como pronomes interrogativos, também funcionam como sujeitos de orações, mesmo que isso pareça estranho para o sentido da frase.

Para concluir essa parte, veja, abaixo, uma lista de exemplos com o sujeito destacado (em vermelho) em cada oração. Perceba a diversidade que o sujeito tem, podendo ser uma palavra pequena (como o pronome "eu") ou então formado por várias palavras. Em cada exemplo, olhe para o verbo e pergunte O QUE ou QUEM para encontrar o sujeito.


Eu comprei um hambúrguer. 
 
Nós estamos de férias.
 
O cachorro da vizinha ficou latindo a noite inteira. 

O time de futebol da escola do meu colega perdeu a partida.

Diversos assuntos de Português são importantes.

Maria, Tereza e Josefina faltaram à aula.

Alguém deixou o copo na pia. 

Quem são vocês?

Ninguém precisam vir. 
 
Você virá amanhã?
 
Obs: "você" é um pronome de tratamento e, apesar de se referir à 2ª pessoa do discurso, que é a pessoa com quem se fala (ou seja: "você" funciona como o "tu", que é 2ª pessoa), o verbo fica conjugado na 3ª pessoa ("virá"). 
 

NÚCLEO DO SUJEITO


Vamos retomar o exemplo do gato que pulou no banheiro:

O gato pulou no banheiro.

Já vimos que o sujeito é "o gato", ou seja: trata-se de um sujeito formado por duas palavras: "o + gato". Analisando com mais atenção esse sujeito, percebemos que o artigo "o" apenas acompanha o substantivo "gato", que é, de fato, a palavra mais importante do sujeito. Portanto, gato é o núcleo do sujeito "o gato", já que o artigo "o" apenas acompanha, tanto que se mudarmos o núcleo do sujeito para o feminino ou para o plural, o artigo também vai mudar ("os gatos", "as gatas", "a gata").

Vamos ver outro exemplo:

O motorista do Fusca é maluco.
 
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Mais um dia normal dirigindo um Fusca


Pergunto a você: quem é maluco? Resposta: "o motorista do Fusca". Portanto, o sujeito não é uma palavra única, mas sim é toda a expressão “o motorista do Fusca”. 

Observe que, dentro dessa expressão, existe uma palavra que guarda todo o significado do sujeito, que é a palavra “motorista”. As outras palavras ("o", "do" e "Fusca") giram em torno desse núcleo (motorista), especificando e dando outros detalhes sobre o motorista.
 
Logo, "motorista" é o núcleo do sujeito "o motorista do Fusca", sendo a sua palavra mais importante. O artigo "o" somente acompanha o núcleo "motorista", enquanto que a expressão "do Fusca" somente indica o que o motorista dirige.
 
Portanto, esse sujeito, apesar de ter 4 palavras, possui somente um núcleo ("motorista"). 

O núcleo do sujeito é a palavra mais importante do sujeito, pois é aquela palavra que guarda todo o significado do sujeito, enquanto que as demais palavras apenas o acompanham.

Agora, veja este exemplo:

  Joaquim e José consertaram o Fusca.

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Veja como o Fusca ficou depois que saiu da oficina.

Quem consertou o Fusca? Resposta: “Joaquim e José”. Portanto, o sujeito dessa oração é “Joaquim e José”. Veja que eu não posso separar Joaquim do José: tanto Joaquim quanto José consertaram o Fusca.

Portanto, esse sujeito tem dois núcleos, já que não posso concentrar todo o significado do sujeito em apenas um dos núcleos. Um núcleo é Joaquim e o outro núcleo é o José. Os dois são igualmente importantes para o significado do sujeito.

Agora que já entendemos o que é núcleo do sujeito, podemos estudar a classificação do sujeito. 

CLASSIFICAÇÃO DO SUJEITO: SIMPLES E COMPOSTO


Sujeito Determinado Simples


É aquele que tem apenas um núcleo. Logo, "o motorista do Fusca" é um sujeito determinado simples, pois tem somente um núcleo ("motorista").

Sujeito Determinado Composto


É aquele que tem dois ou mais núcleos. Logo, "Joaquim e José" é um sujeito determinado composto, pois tem dois núcleos ("Joaquim" e "Nabuco").
 

CLASSIFICAÇÃO DO SUJEITO: INDETERMINADO, INEXISTENTE E OCULTO


Além do sujeito determinado simples e determinado composto, que são classificados de acordo com a quantidade de núcleos, o sujeito também pode ser classificado em "indeterminado" (quando ele existe, mas está indeterminado), "inexistente" (quando o verbo é impessoal) e "oculto" (quando existe e não está expresso na oração, mas pode ser descoberto pela conjugação do verbo).

Vamos ver, com atenção, cada caso.

Sujeito Indeterminado

 
O sujeito indeterminado ocorre em três situações específicas:

Sujeito indeterminado pelo verbo conjugado na 3ª pessoa do plural 
 
O sujeito indeterminado sempre vai ocorrer quando não tivermos nenhuma palavra conjugando o verbo na 3ª pessoa do plural (verbos conjugados com "eles" ou "elas"). Afinal, não é assim que a gente fala quando não sabemos quem realizou a ação? Se você está em casa e não sabe quem largou o sapato no meio do caminho (como se fosse de propósito) você pode falar algo do tipo: "Deixaram este sapato bem aqui! Quem foi?!". 

Veja o exemplo abaixo:

Bateram meu carro! 



Eu pergunto: quem bateu o carro? Resposta: eu não sei! Simplesmente, não sabemos quem foi, pois temos o verbo na terceira pessoa do plural ("bateram"), um dos casos que indeterminam o sujeito. Portanto, quando não há sujeito explícito na oração e o verbo se encontra conjugado na 3ª pessoa do plural, o sujeito será classificado como sujeito indeterminado
 
 
Sujeito indeterminado pelo verbo conjugado na 3ª pessoa do singular + "se"
 
O sujeito também será indeterminado quando o verbo estiver conjugado na 3ª pessoa do singular ("ele" ou "ela") acompanhado pelo “-se”, que nesse caso é chamado de "índice de indeterminação do sujeito". Exemplo:

Mora-se muito mal aqui 

Veja que nós usamos um verbo conjugado na 3ª pessoa do singular ("mora") acompanhado do "-se" ("mora-se"). Nesse caso, o sujeito é indeterminado e o "-se" é chamado de índice de indeterminação do sujeito.
 
ATENÇÃO

Partícula Apassivadora

Não é sempre que teremos um sujeito indeterminado com "-se". Às vezes, o "-se" pode funcionar como "partícula apassivadora" e, nesses casos, o sujeito existe e está determinado. Veja um exemplo:

Fala-se muitas coisas. 

O verbo está conjugado na 3ª pessoa do singular e está acompanhado de "-se". Porém, nós podemos inverter essa oração e dizer"muitas coisas são faladas". Ou seja: o sujeito é "muitas coisas". Veja outro exemplo:

Vende-se uma casa. 
(podemos dizer "uma casa é vendida", ou seja: o sujeito é "uma casa", sujeito determinado simples). 

Precisa-se de uma casa. 
(não podemos dizer "uma casa é precisada", portanto o sujeito é indeterminado).

Quando invertemos a ordem da oração ("vende-se uma casa" - "uma casa é vendida") nós estamos passando a oração da voz ativa para a voz passiva. Nesse caso, o "-se" será chamado de "partícula apassivadora" e o sujeito está determinado. Estudaremos isso com mais detalhes depois.

Sujeito indeterminado com verbos no infinitivo impessoal
 
O sujeito também pode ser indeterminado se usarmos o verbo no infinitivo (terminado em "ar", "er" ou "ir"). Exemplo:

É bom resolver esse problema logo!
 
 

Sujeito Inexistente


Agora eu vou falar sobre o sujeito inexistente. Vamos começar com um exemplo:

 Está chovendo muito!

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Quem "está chovendo muito"? Bem, nesse caso nós estamos falando a respeito de algo natural, um fenômeno da natureza que ocorre de modo espontâneo. Logo, o sujeito será classificado como “inexistente”, ou então a oração será classificada como "oração sem sujeito". Fenômenos naturais simplesmente acontecem (não precisam de nenhum sujeito para ocorrerem).

Outros exemplos de verbos que indicam fenômenos naturais: nevar, anoitecer, ventar, amanhecer...

Cuidado: tome cuidado porque o próprio fenômeno natural poderá funcionar como sujeito. Por exemplo: "o vento soprou demais". Nesse caso, quem está realizando a ação de soprar é o próprio vento. Logo, o vento é o sujeito da oração. Outro exemplo: "o dia amanheceu bonito". Nesse caso, "dia" é sujeito. Mais um exemplo: "choveu muito ontem". Opa! Nesse caso, o sujeito é inexistente (ninguém está fazendo a ação de "chover"; é um fenômeno natural).

Cuidado (de novo!): os verbos que expressam fenômenos da natureza também podem ser usados no sentido figurado (ou seja: num sentido que não pode ser entendido "ao pé da letra", de forma literal). Por exemplo: "choveram problemas em minha cabeça". Nesse caso, o sujeito é "problemas" e o verbo "chover" está sendo usado no sentido figurado (não está chovendo de verdade, é apenas uma forma de expressar que eu estou com muitos problemas).

Observação: todos os verbos que não possuem sujeito são chamados de verbos impessoais, pois não há nenhuma pessoa do discurso ("eu", "tu", "ele", "nós", "vós" ou "eles") conjugando esses verbos. Logo, o sujeito inexistente sempre vai acontecer se a oração tiver verbo impessoal.

Observação (2): além dos verbos que expressam acontecimentos naturais e meteorológicos, existem outros tipos de verbos impessoais que você precisa saber que enquadram a oração na situação de "oração sem sujeito". Os principais casos são:

1) "Haver" e "ser" com o sentido de "existir". Ex: "Há dez pessoas na sala / Eram dez pessoas na sala"

2) "Haver", "fazer" e "ser" indicando "tempo": Ex: "Isso foi há dez anos/ Faz dez anos que isso aconteceu/Agora é uma hora da tarde/São três horas".

3) "Bastar" ou "chegar" indicando ideia de "suficiente" (conjugados no modo imperativo). Ex: "Isso já basta! Já chega de mentiras!"
 
4) "Ser" indicando tempo indefinido, hora, data ou distância. Ex: "Era uma vez um pato" (tempo indefinido), "São cinco horas da tarde" (hora), "Hoje são dez de janeiro" (data), "São três quilômetros até lá" (distância).


Sujeito Oculto (ou "implícito", ou "desinencial)


O sujeito oculto é aquele que não aparece na oração, mas pode ser deduzido pela conjugação verbal. Veja o exemplo:


 Falamos com a treinadora de cães. 




Quem falou com a treinadora de cães ontem? Resposta: nós. Logo, o sujeito é “nós”. Veja que o "nós" não aparece, de forma explícita, na oração, mas através da conjugação do verbo ("falamos") chegamos a conclusão de que o sujeito é “nós”. Afinal, somente "nós" pode conjugar o verbo "falar" em "falamos" ("nós falamos").

Portanto, esse sujeito é classificado como “sujeito oculto”: ele não aparece, mas a gente sabe quem ele é por causa da conjugação do verbo.

Cuidado: lembre que, se o verbo estiver na 3ª pessoa do plural sem sujeito explícito, então o sujeito será indeterminado.


REVISÃO:

Sujeito determinado simples: quando tiver apenas um núcleo.  
Sujeito determinado composto: quando tiver mais de um núcleo. 
Indeterminado: com verbo na 3ª pessoa do plural, 3ª pessoa no singular acompanhado do "-se".  
Inexistente: com verbos impessoais.
Oculto (ou implícito): quando não está expresso na oração, mas pode ser determinado pela conjugação do verbo.


Resumo e Exercícios

Para ajudar a entender e a fixar os conceitos, eu recomendo que você leia o resumo e faça os exercícios de fixação.

FAZER EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

Próximo Assunto

No próximo artigo, nós vamos falar a respeito dos objetos e da transitividade verbal

 CONTINUAR (PRÓXIMO ARTIGO)
 

Análise Sintática - introdução



Seu objetivo: entender os conceitos iniciais de análise sintática (frase, oração, período, sujeito, verbo, complemento e adjunto)

Versão resumida: clique aqui

* * *

 
CLASSE GRAMATICAL X FUNÇÃO SINTÁTICA

A primeira coisa que você precisa entender para compreender esse assunto é saber a diferença entre classe gramatical e função sintática.
 
Você já aprendeu que as palavras podem ser classificadas em várias categorias, como substantivos, adjetivos, advérbios, pronomes, conjunções e por aí vai. Essas categorias são chamadas de classes gramaticais e quem classifica as palavras desse modo é a Morfologia. Portanto, é na Morfologia que nós estudamos as classes gramaticais (a classificação das palavras).

Os substantivos, por exemplo, são palavras que funcionam como nomes (nomeiam as coisas e os seres). Trata-se de uma classe gramatical. Veja alguns exemplos aleatórios de substantivos: "João", "pizza", "pizzaria", "calabresa", "gato".

João, pizza, pizzaria, gato são alguns exemplos de substantivos.

Essas palavras são classificadas como substantivos porque funcionam como nomes para coisas e seres. Esse é o critério utilizado para definir se uma palavra é substantivo ou não.

Agora, se essas palavras estiverem juntas numa frase, então elas podem ser classificadas, também, de acordo com o que elas fazem dentro da frase (e não mais individualmente), ou seja: elas podem ser classificadas de acordo com a função que elas têm dentro da frase (função sintática). Não basta dizer que são substantivos: é preciso entender o que cada uma faz dentro de uma frase. Esse outro tipo de classificação é estudado pela Sintaxe. É daí que vem a Análise Sintática (a análise das funções que as palavras podem assumir dentro das frases).

Morfologia: faz a classificação das palavras em classes gramaticais.
Sintaxe: faz a classificação de acordo com as funções das palavras dentro das frases (funções sintáticas)

Vamos pegar essas substantivos e juntá-los numa frase para ver no que vai dar:

João comprou pizza de calabresa na Pizzaria do Gato.

A pizza de lá é ótima, mas às vezes vem com pedaços mordidos e pelos de gato.

Já vimos que "João", "pizza", "calabresa", "pizzaria" e "gato" são substantivos (pela classificação da Morfologia, ou seja: classificação em classes gramaticais). Porém, nessa frase que acabamos de inventar, cada um deles tem sua função: a função de João é comprar a pizza (ele realiza a ação), a  pizza é a coisa comprada (indica o que João comprou), calabresa indica o sabor da pizza e a Pizzaria do Gato é o lugar onde a pizza foi comprada. Essas funções são funções sintáticas, pois indicam o que cada palavra está fazendo dentro da frase. 

Logo, mesmo que todas essas palavras tenham a mesma classe gramatical (são substantivos), cada uma delas vai ter a sua função dentro da frase para que ela tenha sentido. Até mesmo uma mesma palavra pode ter diferentes funções em cada frase. Veja:

Frederico entregou a pizza para João.
Frederico foi à pizzaria com João.
Frederico foi à casa do João.

Em todos esses exemplos, João continua sendo substantivo (classe gramatical que funciona como nome de uma pessoa), mas em cada frase ele vai ter uma função sintática diferente. Na primeira, João é aquele que recebe a pizza do Frederico. Na segunda, João é a pessoa com quem Frederico foi à pizzaria. Na última, estou dizendo que o local aonde Frederico está indo é a casa que pertence ao João. 

Logo, não basta saber que João é um substantivo: é preciso entender o que João faz em cada frase e, para isso, existe a Sintaxe, que vai justamente estudar as funções das palavras dentro das frases. 
 
Com isso entendido, você está pronto para seguir adiante.

FRASE, ORAÇÃO e PERÍODO

Quando as palavras se organizam e passam a transmitir uma mensagem, elas formam frases. Portanto, frase é qualquer grupo de palavras que transmite alguma mensagem
 
Aliás, a frase pode ser formada até mesmo por uma única palavra, por exemplo: "Socorro!" (é uma frase que transmite uma mensagem). Basta fazer sentido, basta transmitir alguma mensagem.


"Faça silêncio, por favor", "fique em silêncio", ou simplesmente "silêncio!" e "quieto!" são exemplos de frases. Cada uma transmite uma informação, uma mensagem, mesmo as frases que tenham apenas uma palavra.
 
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As frases podem ser nominais (quando elas não têm verbo) ou verbais (quando elas têm verbo).

As frases verbais (aquelas que têm verbos) também são chamadas de orações (e daqui em diante vamos chamá-las sempre de orações).

Oração: é a frase que possui um verbo

Sendo assim, a frase "ai meu Deus" é uma frase nominal (não tem verbo), enquanto que "viva intensamente cada dia" é  uma oração (frase verbal), já que tem um verbo (o verbo é "viver", que está conjugado como "viva").

Já o período é um enunciado que se inicia com letra maiúscula e vai até a pontuação específica que marca o seu fim, podendo ser classificado em período simples (quando tem somente uma oração) ou período composto (quando tem mais de uma oração).
 
Chiquinha adora bicicletas. Ontem ela passeou com a bicicleta nova, mas caiu na lama!
 
 
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Nesse texto, temos dois períodos: o primeiro período é formado somente por uma oração ("Chiquinha adora bicicletas"), enquanto que o segundo período é formado por duas orações (primeira oração: "Ontem ela passeou com a bicicleta nova"; segunda oração: "mas caiu na lama!"). 
 
Veja, abaixo, cada período marcado por uma cor diferente (primeiro período em azul e segundo período em vermelho)
 
Chiquinha adora bicicletas. Ontem ela passeou com a bicicleta nova, mas caiu na lama!

Observe que cada período começa com letra maiúscula e termina com um sinal de pontuação específico (o primeiro termina com ponto, enquanto que o segundo termina com ponto de exclamação). A vírgula não indica o fim de período, nem o ponto e vírgula, pois não é qualquer sinal de pontuação que finaliza o período, mas sim uma pontuação específica, como por exemplo: o ponto, o ponto final, o ponto de exclamação, o ponto de interrogação. Veja que, depois da vírgula, continuamos o período, sem precisar usar letra maiúscula.
 
O primeiro período (azul), por ter somente uma oração, é classificado como período simples, enquanto que o segundo período (vermelho) é formado por mais de uma oração, sendo classificado, portanto, como período composto
 
Para saber se o período é simples ou composto, basta contar a quantidade de orações. E se a oração é a frase que tem verbo, então basta contar a quantidade de verbos.
 
Chiquinha adora bicicletas.
"adora" => um verbo => uma oração (período simples)
 
Ontem, ela passeou com a bicicleta nova, mas caiu na lama!
"passeou" e "caiu" => dois verbos => duas orações (período composto)
 
ATENÇÃO!

As locuções verbais são contabilizadas como se fossem um verbo só, fazendo parte de somente uma oração. Portanto, se você encontrar uma frase com uma locução verbal com dois verbos, por exemplo, essa frase será considerada somente uma oração.
 
Veja:
 
Chiquinha gosta da bicicleta.
"gosta" => um verbo. Logo, "Chiquinha gosta da bicicleta" é uma oração (período simples).
 
Chiquinha está gostando da bicicleta.
"está gostando" => uma locução verbal => conta como se fosse um verbo.
Logo, "Chiquinha está gostando da bicicleta" também é uma oração (período simples)  
 

A ESTRUTURA BÁSICA DA ORAÇÃO: SUJEITO, VERBO E COMPLEMENTO

A oração geralmente é formada pelo sujeito (que realiza a ação), pelo verbo (palavra que geralmente indica ação) e pelo complemento (completa o sentido da mensagem). Eu digo "geralmente" porque existem orações com ou sem sujeito e com ou sem complemento. Porém, todas as orações têm verbo (porque a oração nada mais é do que uma frase com verbo).

Oração = Sujeito + Verbo + Complemento

 O sujeito é  o termo que, de modo geral, desempenha a ação expressa pelo verbo. O restante da oração vai dar alguma informação sobre o sujeito (o que foi que ele fez), ou então alguma característica a respeito dele (caso o verbo seja de ligação). Veja o exemplo:

Juvenal comprou uma esteira.
 
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Juvenal testando a nova esteira de corrida.


Veja que quem fez a ação de comprar a esteira foi Juvenal. Logo, Juvenal é o sujeito da oração (é ele quem pratica a ação de comprar). "Juvenal" é um substantivo (classe gramatical) que está funcionando como sujeito da oração (função sintática).

Agora, se eu apenas escrever "Juvenal comprou", eu deixarei a minha mensagem inacabada. Uma pergunta surge: Juvenal comprou o quê? Nós precisamos indicar o que o Juvenal comprou, ou seja: nós precisamos completar o sentido do verbo "comprar", nós precisamos dizer o que foi que Juvenal comprou. Logo, precisamos adicionar um complemento:

Juvenal comprou uma esteira.


Nesse caso, "uma esteira" indica o que foi que Juvenal comprou, completando o sentido do verbo "comprar". Portanto, "uma esteira" é um complemento (completa a mensagem da oração). Mais adiante veremos os tipos de complementos.

Pronto: agora sim a oração está completa. Todo mundo consegue entender que "Juvenal comprou uma esteira". Nessa oração, "Juvenal" é o sujeito, "comprou" é o verbo e "uma esteira" é o complemento. Se nós tirarmos alguma dessas expressões da oração,  a mensagem  ficará incompleta.

Nós também podemos acrescentar informações adicionais à oração. Essas informações não são obrigatórias (elas apenas dão detalhes à oração). Podemos dizer quando comprou, onde comprou e por aí vai. Essas informações adicionais são chamadas de adjuntos adverbiais.


Juvenal comprou uma esteira na semana passada.
Juvenal comprou uma esteira no shopping.
Juvenal comprou uma esteira com o cartão de crédito.
 

Sendo assim, fazer a análise sintática de uma oração nada mais é do que analisar o funcionamento das palavras dentro das orações, classificando-as de acordo com o que fazem dentro da oração, ou seja: descobrir onde está o verbo, o sujeito, o complemento, os adjuntos e por aí vai.

Bem, para concluir este post, gostaria de dizer que você não precisa se preocupar em decorar ou entender tudo agora. Nós vamos estudar, com calma, cada uma das funções sintáticas com exemplos e detalhes.

 
 
 

Numerais

Olá pessoal, tudo bom?

Seguindo o nosso roteiro de estudos, hoje nós vamos falar sobre os numerais, que são palavras associadas a quantidades e ordens numéricas.



Os numerais podem ser classificados da seguinte forma:

 Numerais Cardinais 
- aqueles que indicam uma quantidade, de "um" em diante (um, dois, três...), podendo ser representados pelos algarismos arábicos (1, 2, 3...)

 Numerais Ordinais  - aqueles que indicam a ordem ou posição (primeiro, segundo, terceiro, etc...)

 Numerais Fracionários  - aqueles que indicam divisão (meio, terço, quinto etc...)

 Numerais Multiplicativos  - aqueles que indicam aumentos proporcionais (dobro, triplo, etc...)



Tenho o dobro da sua idade (multiplicativo)

Como eu estou de dieta, vou comer somente um terço da pizza (fracionário)

Fiquei em trigésimo lugar (ordinal)

Quem pegou os quatro pedaços de pizza que estavam aqui??? (cardinal)

Não fui eu!


 Numerais coletivos 

Também são numerais as palavras que expressam um conjunto específico de elementos, como por exemplo: década (10 anos), dúzia (12 elementos), par (2 elementos), novena (9 dias), quinzena (15 dias), bimestre (2 meses), ano (12 meses), semana (7 dias). Essas numerais são classificados como numerais coletivos, pois indicam um conjunto de elementos com quantidades definidas.

 Numerais coletivos ou substantivos coletivos?

Cuidado para não confundir numerais coletivos com substantivos coletivos. A diferença é a seguinte: numerais coletivos indicam uma quantidade específica de elementos, enquanto que os substantivos coletivos não especificam a quantidade.

Por exemplo: um molho de chaves indica um conjunto de várias chaves, mas "molho" é substantivo coletivo, pois não sei quantas chaves existem nesse molho de chaves. Observe que "molho" não indica uma quantidade específica de elementos, mas sim apenas indica um conjunto de chaves, sem definir quantas são.
 
Por outro lado, em uma dúzia de chaves, eu sei que se tratam, exatamente, de 12 chaves. A palavra "dúzia" indica uma quantidade específica de elementos e é um numeral.
 
Ou seja: o numeral indica uma quantidade exata de seres ou coisas. 


 Escrita por extenso 

Segundo o gramático Domingos Paschoal Cegalla, para escrevermos os números por extenso, devemos intercalar a conjunção "e" entre centenas e dezenas e entre dezenas e unidades. Em sua gramática, o autor dá o seguinte exemplo:

3.655.264 = três milhões seiscentos e cinquenta e cinco mil duzentos e sessenta e quatro. 
 
Ou seja:
 
seiscentos e cinquenta: seiscentos (centena) e cinquenta (dezena)
cinquenta e cinco: cinquenta (dezena) e cinco (unidade)
duzentos e sessenta: duzentos (centena) e sessenta (dezena)
sessenta e quatro: sessenta (dezena) e quatro (unidade)
 



Artigo

Olá pessoal!

Dando sequência ao nosso roteiro de estudos sobre classes gramaticais, hoje nós vamos estudar o que são artigos. A função principal dos artigos é acompanhar os substantivos, podendo generalizá-los ou especificá-los (dependendo do contexto).

Para tanto, os artigos podem ser classificados em duas categorias:

Artigos definidos: o, a, os, as
Artigos indefinidos: um, uns, uma, umas



ARTIGOS DEFINIDOS X ARTIGOS INDEFINIDOS

É importante entender a diferença de uso entre os dois tipos de artigos. Veja o exemplo abaixo:


Ronaldo é um amigo meu. 
Ronaldo é o meu amigo. 


Você conseguiu notar alguma diferença de sentido entre as duas frases?

Quando eu digo que Ronaldo é "um amigo meu", o uso do artigo indefinido ("um") dá a entender que Ronaldo é um amigo qualquer, genérico, assim como outros amigos. 

Porém, quando eu digo que Ronaldo é "o meu amigo", o uso do artigo definido ("o") dá a entender que ele é um amigo importante, específico, ou seja: não é um amigo qualquer. 

Portanto, é importante entender bem essa diferença: os artigos definidos ("o", "a", "os", "as") se referem aos substantivos de forma específica e definida, enquanto que os artigos indefinidos ("um", "uma", "uns", "umas") se referem aos substantivos de uma forma mais genérica e vaga. 

Vamos ver outro exemplo:

Querida, encontrei um urso no quintal.

Querida, encontrei o urso no quintal. 

A primeira frase dá a entender que encontrei, no quintal, um urso qualquer, genérico (como qualquer outro), enquanto que a segunda frase dá a entender que encontrei um urso específico, como se eu já conhecesse esse urso. 



Mais um exemplo:

Chico é o vendedor que trabalha na loja

Chico é um vendedor que trabalha na loja


Percebeu a diferença entre as duas frases? Com o artigo definido "o" (Chico é o vendedor que trabalha na loja), eu dou mais destaque e importância ao Chico: ele não é um vendedor qualquer, mas sim é o vendedor. Aumenta, assim, o nível de importância e de proximidade do Chico.
 
Por outro lado, quando usamos artigo indefinido "um" (Chico é um vendedor que trabalha na loja), dá a entender que Chico é apenas um dentre outros vendedores. É um vendedor genérico, qualquer, em meio a outros vendedores. 

SUBSTANTIVAÇÃO
 
Normalmente o artigo aparece antes do substantivo e pode transformar outras palavras em substantivos. O nome desse processo é "substantivação". Veja os exemplos abaixo:

Eu vou cantar muito.
Eu adoro escutar o cantar dos pássaros.

No primeiro caso, temos um exemplo de uso do verbo "cantar". No segundo caso, o verbo "cantar" foi transformado em substantivo com o uso do artigo definido ("o cantar"). É a mesma coisa que dizer "eu adoro escutar o canto, a cançãoa música dos pássaros". 
 
Logo, "cantar" é substantivo na frase "o cantar dos pássaros". Foi substantivado pelo uso do artigo "o".

A vitória chegará.
O "a" é um exemplo de artigo definido.

No primeiro caso, "a" é artigo definido, sendo utilizado para acompanhar a palavra "vitória". No segundo caso, "a" é substantivo (precedido pelo artigo "o"). 

Você está linda hoje.
Encontrei a linda no restaurante hoje.

No primeiro caso, a palavra "linda" é um adjetivo (está sendo usado para caracterizar uma pessoa). No segundo caso, "linda" é um substantivo ("encontrei a moça no restaurante").














Colocação Pronominal (Sintaxe de Colocação): próclise, mesóclise e ênclise

Olá pessoal, tudo bem?

Dando continuidade aos nossos estudos, hoje nós vamos estudar o conteúdo de Colocação Pronominal, que faz parte da Sintaxe de Colocação.
 
ATENÇÃO: para entender bem este conteúdo, é necessário conhecer não apenas os pronomes, mas também outras classes gramaticais (como você vai perceber ao estudarmos as regras). Se você tiver dúvida em alguma regra, não deixe de revisar conteúdos anteriores acessando o nosso Índice Geral de Assuntos.
 

O QUE É COLOCAÇÃO PRONOMINAL?

DEFINIÇÃO
"Colocação" está associado ao verbo "colocar". Logo, "colocação pronominal" nada mais é do que saber "colocar" os pronomes oblíquos na posição adequada dentro das frases.
 
RECORDANDO:
Pronomes oblíquos átonos: me, te, se, lhe, lhes, nos, vos, o, a, os, as.
 
Para usar esses pronomes de forma adequada, precisamos estudar algumas regras que explicam quando o pronome pessoal vem antes (próclise), depois (ênclise) ou até mesmo no meio (mesóclise) do verbo. Caso seja necessário, faça uma breve revisão no conteúdo de pronomes, que estudamos no Módulo II (clique aqui para rever).
 
EXEMPLO
Vamos ver um exemplo de cada caso, usando o verbo "enviar" e o pronome "lhe".
 

PRÓCLISE: pronome antes do verbo.
(ex: não enviou a carta para ele => não lhe enviou a carta)

MESÓCLISE: pronome no meio do verbo
 (ex: enviarei a carta para ele => enviar-lhe-ei a carta)

ÊNCLISE: pronome depois do verbo 
(ex: enviou a carta para ele => enviou-lhe a carta)


REGRAS DE COLOCAÇÃO PRONOMINAL


PRÓCLISE - pronome antes do verbo 

De modo geral, a próclise ocorre quando certas palavras atrativas aparecem antes dos verbos e "puxam" o pronome para frente do verbo. E isso ocorre nos seguintes casos:
 
1) Com palavras de sentido negativo que aparecem antes do verbo.

 Nunca a encontrei aqui. 
 
Não me convença a andar de skate. 
 
 
Próclise
Primeiro dia testando o skate.
 
 
2) Com advérbio (ou locução adverbial) que aparece antes do verbo.

Ontem me falaram que o Bisteca é um cachorro muito feroz.
("ontem": advérbio)
 
Colocação Pronominal
 

Para relembrar o que são advérbios e locuções adverbiais, clique aqui (definição) e clique aqui (classificação dos advérbios).

3) Com pronomes interrogativos, relativos, indefinidos e demonstrativos que aparecem antes do verbo:

Quem te disse que era para faltar hoje? 
("quem": pronome indefinido)

Falei para ele sobre o documento que se encontrava na mesa.
("que": pronome relativo)

Poucos te falaram sobre o problema.
("poucos": pronome relativo)

Aquilo me fez cair.
("aquilo": pronome demonstrativo)
 
Próclise Colocação Pronominal


Para relembrar os tipos de pronomes, clique aqui.

4) Com conjunções ou locuções conjuntivas subordinativas que aparecem antes do verbo:

Ele disse que me explicaria o conteúdo.
("que": conjunção subordinativa integrante)
 
 
 
 Para relembrar o conteúdo de conjunções, clique aqui
 
 
 
Além de palavras atrativas, também haverá próclise: 
 
 
 5) Em frases exclamativas, ou que expressem desejo (frases optativas).

Deus te proteja!

 
MESÓCLISE - pronome no meio do verbo 

Usamos a mesóclise quando o verbo estiver conjugado no futuro (do presente ou do pretérito) e sem palavras atrativas para provocar a próclise.

Comprar-te-ei um chapéu muito bonito.
 
Mesóclise

ÊNCLISE - pronome depois do verbo 

Se nenhuma dessas regras se enquadrarem no uso do pronome (ou seja: não houver nenhum fator de próclise ou de mesóclise) então você poderá usar a ênclise (pronome depois do verbo).

Disseram-lhe que precisava ir à reunião. 
 
Porém, para nos ajudar a evitar erros, temos algumas regras para a ênclise também. Sendo assim, de modo geral, usaremos ênclise (pronome após o verbo) nos seguintes casos:

1) Verbo em início de frase.

Vou-me embora para longe. 
Amo-te muito!
Falaram-me de você.

2) Verbo conjugado no imperativo afirmativo.
 
Quando começar a reunião, chamem-nos!
 

3) Verbo no infinitivo pessoal.

É importante escrever-lhe o e-mail.
É muito bom ouvir-te novamente.

Preposição

Olá pessoal!
 
Hoje nós vamos estudar as preposições, uma das dez classes gramaticais da língua portuguesa. Vamos entender o que são e como se classificam.
 
 
PREPOSIÇÃO: O QUE É?
 
A preposição nada mais é do que uma palavra, geralmente pequena, que liga outras palavras entre si. Ou seja: funciona como um elemento de conexão. Veja os exemplos abaixo:


Eu vim de São Paulo.
 
Comprei um bolo de limão.
 
Frederico gosta de cozinhar.


37 People Who Are Worse At Cooking Than You
Frederico exibindo seus talentos culinários.

Em todos esses exemplos, nós encontramos a preposição "de" ligando palavras entre si: "vim" + "São Paulo" (indicando lugar), "bolo" + "limão" (indicando o sabor do bolo), "gosto" + "cozinhar" (indicando do que ele gosta). 

A preposição é necessária, pois não podemos dizer "Eu vim São Paulo", "Comprei um bolo limão" e "Frederico gosta cozinhar". Ou seja: quando as palavras se juntam para formarem frases, as preposições são usadas como elementos de ligação entre essas palavras.


Veja mais alguns exemplos de preposições:
 
Estou em casa (lugar)

 Abriu a lata com o abridor (instrumento)

O sorvete derreteu com o calor (causa)

Estudou para passar de ano (finalidade)

 Correu até cair (distância)

funny fail gif | WiffleGif
"Correu até cair"
 

Principais preposições: a, após, ante, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás.

Exemplos de Locuções Prepositivas: abaixo de, acerca de, a fim de, ao lado de, apesar de, através de, de acordo com, embaixo de, em frente a, em vez de, junto de, para com, perto de, por entre.

Classificação

As preposições, ao ligarem os termos, indicam algumas ideias. Vejamos o exemplo:


Geraldo e Jânio conversavam sobre carros.


Observe que a preposição "sobre" confere a ideia de "assunto". De mesmo modo, as preposições podem indicar outras ideias, como modo (Geraldo morreu de preguiça), lugar (Jarbas mora em Pato Branco), finalidade (Jânio pegou o revólver e atirou na lâmpada para apagar a luz), meio (José foi ao trabalho de helicóptero) e assim por diante.

Pronomes

PRONOMES: DEFINIÇÃO
 
Pronomes são palavras que apresentam duas funções principais: podem acompanhar substantivos, ou então substituí-los (evitando a sua repetição).

Quando acompanham substantivos, os pronomes são chamados de pronomes adjetivos. E quando substituem os substantivos, eles são chamados de pronomes substantivos.
 
Exemplos:
 
Aquele cachorro é muito feroz! Ontem ele me mordeu três vezes!
 
Chiquinho sorrindo depois de me morder pela terceira vez.
 
 
Nesse exemplo, o pronome "aquele" acompanha o substantivo "cachorro"; trata-se de um pronome adjetivo. E o pronome "ele" substitui o substantivo "cachorro", evitando que a gente repita "cachorro" na segunda frase; trata-se de um pronome substantivo.
 
 
 
PRONOMES: CLASSIFICAÇÃO


Pronomes Possessivos

Os pronomes possessivos são usados para indicar posse.

Exemplos: meu, meus, minha, minhas, teu, teus, tua, tuas, seu, seus, sua, suas, nosso, nossos, nossa, nossas, vosso, vossos, vossa, vossas, dele, deles, dela, delas.


Você não vai acreditar! Bonifácio roubou meu carro!

Gifs engraçados de meme



Pronomes Demonstrativos


Os pronomes demonstrativos "apontam" para alguma direção, ou seja: se referem a uma pessoa ou a alguma coisa no tempo, no espaço físico ou no próprio texto.

Exemplos: este, estes, esse, esses, esta, estas, essa, essas, isto, isso, aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo.


Aquele balanço é muito seguro. Pode confiar!




Se você tiver dúvidas sobre a diferença entre "esse" e "este", dê um clique aqui.


Pronomes Relativos

Esses pronomes são usados para retomar alguma palavra ou expressão anteriormente mencionada no texto, evitando, assim, a repetição de palavras. 

Observe o exemplo:


A cantora que acabou de se apresentar é ótima.



Nesse exemplo, o pronome "que" retoma o substantivo "cantora", evitando, assim, a repetição da palavra ("a cantora acabou de se apresentar", "a cantora é ótima").

Exemplos de pronomes relativos: o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas, que, quem.


Pronomes Pessoais 

São aqueles que fazem referência às pessoas do discurso (eu, tu, ele ou ela, nós, vós, eles).

Podem ser de dois tipos: caso reto e caso oblíquo.

Pronomes pessoais do caso reto: na sintaxe, cumprem o papel de sujeito da oração. São eles: eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas


Eu queria um Grill, mas ela queria um ferro novo. 


Pronomes pessoais do caso oblíquo: na sintaxe, funcionam como complemento da oração. 
 
Pronomes oblíquos átonos: me, te, se, lhe, lhes, nos, vos, o, a, os, as.
Pronomes oblíquos tônicos: mim, comigo, ti, contigo, si, consigo, nós, conosco, vós, convosco.


Desculpe-me! Comi todo o bolo que nos entregaram.


Pronomes de Tratamento

São aqueles usados para se referir, de um modo respeitoso, a alguém.


Vossa Majestade deseja algo?




Exemplos: Vossa Majestade (reis e imperadores), Vossa Senhoria (funcionários graduados), Vossa Excelência (altas autoridades), Vossa Santidade (papa), Vossa Alteza (príncipes e duques).

Vossa X Sua 

Se usa "vossa" para se falar diretamente com a autoridade e "sua" quando se fala sobre a autoridade para outra pessoa.

Vossa Majestade aceita um pedaço de bolo? 
(estou falando diretamente com imperador).

Eu perguntei a Sua Majestade se queria um pedaço de bolo 
(estou falando com outra pessoa sobre o imperador)

Você 

O termo "você" também é pronome de tratamento, enquanto o "tu" é pronome pessoal (do caso reto).


Pronomes Interrogativos 


São usados para formular perguntas. Lembre que nem toda pergunta precisa de ponto de interrogação: as perguntas indiretas não usam ponto de interrogação.

Diga qual música você vai dançar. (pergunta indireta)
Qual música você vai dançar? (pergunta direta) 


Dança muito bem!



Exemplos: que, quem, qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.

Pronomes Indefinidos 

São aqueles que se referem a um termo de forma genérica ou vaga. 


Alguém, em algum lugar, comprou alguma coisa para ninguém.

Quem comprou o quê?



São eles:

Variáveis: Algum, alguma, alguns, algumas, nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas, todo, toda, todos, todas, outro, outra, outros, outras, muito, muita, muitos, muitas, pouco, pouca, poucos, poucas, certo, certa, certos, certas, vário, vária, vários, várias, quanto, quanta, quantos, quantas , tanto, tanta, tantos, tantas, qualquer, quaisquer, qual, quais, um, uma, uns, umas.

Invariáveis: algo, tudo, nada, quem, alguém, ninguém, outrem, cada, que.




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