Sujeito



Na postagem anterior, nós começamos a estudar Análise Sintática, observando a estrutura básica das orações (você pode ler a postagem anterior clicando aqui).  Hoje nós vamos estudar somente o sujeito.

O sujeito é o termo da oração responsável pelo o que o verbo faz. Vamos ao exemplo:

Joana comprou um cachorro


Quem fez a ação de comprar o cachorro? E a resposta é: Joana. Logo, Joana é o sujeito da oração. Joana é a responsável por comprar o cachorro, ou seja: é a responsável pela ação do verbo comprar. 

Agora, nós precisamos estudar a classificação do sujeito. Ele pode ser classificado como determinado simplesdeterminado composto, indeterminado, inexistente ou implícito. O seu objetivo, ao terminar de ler este post, é entender cada uma dessas classificações. 

Núcleo do Sujeito


Vamos ver, agora, o que é "núcleo" do sujeito. Veja este exemplo:


O motorista do Fusca precisou de ajuda


Pergunto a você: quem precisou de ajuda? Resposta: "o motorista do Fusca". Portanto, o sujeito não é uma palavra única, mas sim é toda a expressão “o motorista do Fusca”. 

Observe que, dentro dessa expressão, existe uma palavra que guarda todo o significado do sujeito, que é a palavra “motorista”. As outras palavras ("o", "do" e "Fusca") giram em torno desse núcleo (motorista). Logo, "motorista" é o núcleo do sujeito "o motorista do Fusca". Portanto, esse sujeito possui um núcleo ("motorista"). 

O núcleo é a palavra mais importante do sujeito: é a palavra que guarda todo o significado do sujeito. 

Agora, veja este exemplo:

 Joaquim e Nabuco trabalham na mecânica.



Quem trabalha na mecânica? Resposta: “Joaquim e Nabuco”. Portanto, o sujeito dessa oração é “Joaquim e Nabuco”. Veja que eu não posso separar Joaquim do Nabuco: tanto Joaquim quanto Nabuco trabalham na mecânica.

Portanto, esse sujeito tem dois núcleos, já que não posso concentrar todo o significado do sujeito em apenas um dos núcleos. Um núcleo é Joaquim e o outro núcleo é o Nabuco. Os dois são igualmente importantes para o significado do sujeito.

Sujeito Determinado Simples

É aquele que tem apenas um núcleo. Logo, "o motorista do Fusca" é um sujeito determinado simples.

Sujeito Determinado Composto

É aquele que tem dois ou mais núcleos. Logo, "Joaquim e Nabuco" é um sujeito determinado composto.

Sujeito Indeterminado

Vamos ver, agora, o sujeito indeterminado. Veja este exemplo:



Bateram meu carro! 



 Eu pergunto: quem bateu o carro? Resposta: eu não sei! Simplesmente, alguém bateu. Eu não sei quem foi! Portanto, quando você não é capaz de determinar o sujeito ele será classificado como “indeterminado”.

...e como eu vou saber que eu não sei?

Primeiro Modo: o sujeito indeterminado sempre vai ocorrer quando o verbo estiver conjugado na 3ª pessoa do plural (verbos conjugados com "eles" ou "elas"). Veja que, pelo exemplo, poderíamos entender "eles bateram meu carro" ou "elas bateram meu carro". Por isso, o sujeito é indeterminado: não sabemos quem realizou a ação.

Afinal, não é assim que a gente fala quando não sabemos quem realizou a ação? Se você está em casa e não sabe quem largou o sapato no meio do caminho (como se fosse de propósito) você pode falar algo do tipo: "Deixaram este sapato bem aqui! Quem foi?!".

Veja outros exemplos de sujeito indeterminado:

Nunca falaram sobre esse assunto para mim. 
Onde esconderam o meu cachorro?
É bom resolverem esse problema logo!

Segundo Modo: O sujeito também pode ser indeterminado se usarmos o verbo no infinitivo (terminado em "ar", "er" ou "ir"). Exemplo:

É bom resolver esse problema logo!

Terceiro Modoo sujeito será indeterminado quando o verbo estiver conjugado na 3ª pessoa do singular (conjugado com "ele" ou "ela") acompanhado pelo “-se”. Exemplo:

Mora-se muito mal aqui 

Veja que nós usamos um verbo conjugado na 3ª pessoa do singular ("mora") acompanhado do "-se" ("mora-se"). Nesse caso, o sujeito é indeterminado e o "-se" é chamado de índice de indeterminação do sujeito.

Partícula Apassivadora

Não é sempre que teremos um sujeito indeterminado com o terceiro modo. Veja um exemplo:

Fala-se muitas coisas. 

O verbo está conjugado na 3ª pessoa do singular e está acompanhado de "-se". Porém, nós podemos inverter essa oração e dizer"muitas coisas são faladas". Ou seja: o sujeito é "muitas coisas". Veja outro exemplo:

Vende-se uma casa. 
(podemos dizer "uma casa é vendida", ou seja: o sujeito é "uma casa", sujeito determinado simples). 

Precisa-se de uma casa. 
(não podemos dizer "uma casa é precisada", portanto o sujeito é indeterminado).

Quando invertemos a ordem da oração ("vende-se uma casa" - "uma casa é vendida") nós estamos passando a oração da voz ativa para a voz passiva. Nesse caso, o "-se" será chamado de "partícula apassivadora". 


Sujeito Inexistente

Agora eu vou falar do sujeito inexistente. Leia com calma a explicação porque você precisa ter alguns cuidados para não escorregar nas pegadinhas (veja as observações que eu fiz).

Vamos começar com um exemplo:


 Nevou muito ontem. 





Quem nevou? Bem, nesse caso nós estamos falando a respeito de algo natural, um fenômeno da natureza que ocorre de modo espontâneo. Logo, o sujeito será classificado como “inexistente”, ou então a oração será classificada como "sem sujeito". Fenômenos naturais simplesmente acontecem (não precisam de nenhum sujeito para ocorrerem), principalmente a chuva que cai só quando a gente sai de casa.

Outros exemplos de fenômenos naturais: chover, anoitecer, ventar, amanhecer...

Cuidado: tome cuidado porque o próprio fenômeno natural poderá funcionar como sujeito. Por exemplo: "o vento soprou demais ontem". Nesse caso, quem está realizando a ação de soprar é o próprio vento. Logo, o vento é o sujeito da oração. Outro exemplo: "o dia amanheceu bonito". Nesse caso, "dia" é sujeito. Mais um exemplo: "choveu muito ontem". Opa! Nesse caso, o sujeito é inexistente (ninguém está fazendo a ação de "chover"; é um fenômeno natural).

Cuidado (de novo!): os verbos que expressam fenômenos da natureza também podem ser usados no sentido figurado (ou seja: com um sentido metafórico). Por exemplo: "choveram problemas em minha cabeça". Nesse caso, o sujeito é "problemas" e o verbo "chover" está sendo usado no sentido figurado (não está chovendo de verdade, é apenas uma forma de expressar que eu estou com muitos problemas).

Observação: todos os verbos que não possuem sujeito são chamados de verbos impessoais. Logo, o sujeito inexistente sempre vai acontecer se a oração tiver verbo impessoal.

Observação (outra): além dos verbos que expressam acontecimentos naturais e meteorológicos, existem outros tipos de verbos impessoais que você precisa saber (e quando eles são usados a oração fica sem sujeito). Os principais são:

1) "Haver" e "ser" com o sentido de "existir". Ex: "Há dez pessoas na sala / Eram dez pessoas na sala"

2) "Haver", "fazer" e "ser" indicando "tempo": Ex: "Isso foi há dez anos/ Faz dez anos que isso aconteceu/Agora é uma hora da tarde/São três horas".

3) "Bastar" ou "chegar" indicando ideia de "suficiente" (conjugados no modo imperativo). Ex: "Isso já basta! Já chega de mentiras!"

Resumindo: o "sujeito inexistente" ocorre quando a oração possui um verbo impessoal (fenômeno da natureza e os verbos "haver", "bastar" ou "chegar"). Tenha cuidado com os fenômenos naturais que podem se transformar em sujeitos (sujeito determinado simples). Leia novamente os exemplos que eu dei nas observações. 

Sujeito Implícito (ou Oculto)

O sujeito implícito é tranquilo de ser entendido. Veja o exemplo:


 Falamos com a treinadora de cães ontem. 




 Quem falou com a treinadora de cães ontem?. Resposta: nós. Logo, o sujeito é “nós”. Veja que o "nós" não aparece na oração, mas através da conjugação do verbo ("falamos") chegamos a conclusão de que o sujeito é “nós” (só "nós" pode conjugar o verbo "falar" em "falamos").

Logo, esse sujeito é classificado como “sujeito oculto”: ele não aparece, mas a gente sabe quem é por causa da conjugação do verbo.

Cuidado (de novo?): lembre que se o verbo estiver na 3ª pessoa do plural e o sujeito não aparecer então o sujeito será indeterminado.

E aí? Conseguiu entender tudo? Não dá para entender e gravar tudo de primeira. Vamos, então, fazer uma rápida revisão:

REVISÃO:

Sujeito determinado simples: quando tiver apenas um núcleo.  
Sujeito determinado composto: quando tiver mais de um núcleo. 
Indeterminado: com verbo na 3ª pessoa do plural, ou 3ª pessoa no singular acompanhado do "-se".  
Inexistente: quando o verbo é impessoal. 
Oculto (ou implícito): quando é determinado pela conjugação do verbo.

Observação (mais uma?!): Pronomes interrogativos ou indefinidos também podem funcionar como sujeito. Exemplo:

Alguém destruiu meu tênis. 
Quem caiu na linha do trem?

Veja que o sujeito da primeira oração é "alguém". O sujeito da segunda é "quem".


Resumo e Exercícios

Para ajudar a entender e a fixar os conceitos, eu recomendo que você leia o resumo e faça os exercícios de fixação.

FAZER EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO (recomendado)

Próximo Assunto

No próximo artigo, nós vamos falar a respeito dos objetos e da transitividade verbal

 CONTINUAR (PRÓXIMO ARTIGO)





Análise Sintática - introdução



Seu Objetivo: entender que diabos é análise sintática e entender o que é frase, oração, período, sujeito, verbo, complemento e adjunto.

Versão resumidaSe quiser ler a versão ultra-mega-super-resumida deste artigo, clique aqui

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Olá!

Hoje nós vamos começar a falar da Análise Sintática, um assunto que algumas pessoas não gostam, outras odeiam  (e alguns malucos, como eu, gostam). No post de hoje, eu vou apenas fazer uma introdução. Não se preocupe em decorar os conceitos agora porque nós vamos estudar cada assunto com calma, tranquilidade, paz e amor nos próximos artigos. 

Bem, você já deve ter aprendido que as palavras podem ser classificadas em vários categorias, como substantivos, adjetivos, advérbios, pronomes, conjunções e por aí vai. Essas categorias são chamadas de classes gramaticais e quem classifica as palavras desse jeito é a Morfologia. Portanto, é na Morfologia que nós estudamos as classes gramaticais (a classificação das palavras).

Os substantivos, por exemplo, são palavras que funcionam como nomes (nomeiam as coisas e os seres). Trata-se de uma classe gramatical. Alguns exemplos de substantivos: "João", "pizza", "pizzaria", "calabresa", "gato".

João, pizza, pizzaria, gato são alguns exemplos de substantivos.

Essas palavras foram classificadas de modo isolado, ou seja: foram classificadas individualmente.

Agora, se elas estiverem juntas numa frase, então elas poderão ser classificadas de acordo com o que elas fazem dentro da frase (e não mais de modo isolado), ou seja: elas podem ser classificadas de acordo com a função que elas têm dentro da frase. Elas continuarão sendo substantivos, mas também serão classificadas de acordo com suas funções dentro da frase. Essa classificação (de acordo com o que as palavras fazem dentro de uma frase) é estudada pela Sintaxe. É daí vem a Análise Sintática (a análise das funções que as palavras podem assumir dentro das frases).

Morfologia: faz a classificação das palavras de modo isolado (classes gramaticais)
Sintaxe: analisa o que cada palavra faz dentro de alguma frase (funções sintáticas)

Por exemplo (preste atenção nas palavras em vermelho):

João comprou pizza de calabresa na Pizzaria do Gato.



Já vimos que "João", "pizza", "calabresa", "pizzaria" e "gato" são substantivos (pela classificação da Morfologia). Porém, nós podemos pegar esses substantivos e formar uma frase ("João comprou pizza de calabresa na Pizzaria do Gato"). A frase é um conjunto de palavras que transmite uma mensagem e cada uma dessas palavras têm uma função dentro da frase.

Veja: a função de João é comprar a pizza (ele realiza a ação), a  pizza é a coisa comprada (indica o que João comprou), calabresa indica o sabor da pizza e a Pizzaria do Gato é o lugar onde a pizza foi comprada.

Portanto, a Sintaxe vai classificar as palavras de acordo com a função delas dentro da frase. "João" continua sendo um substantivo (classe gramatical), mas dentro da frase que acabamos de ver, "João" é aquele que compra a pizza, sendo o responsável pela ação (função sintática).

Está ok?


"E o que eu tenho que saber?"

O que você precisa saber ao terminar este post é o seguinte:

Frase, Oração e Período

Quando as palavras se organizam e passam a transmitir uma mensagem elas formam frases. Portanto, frase é qualquer grupo de palavras que transmite alguma mensagem. Aliás, a frase pode ser formada até mesmo por uma única palavra, por exemplo: "Socorro!" (é uma frase que transmite uma mensagem). Basta fazer sentido, basta transmitir alguma mensagem.

As frases podem ser nominais (quando elas não têm verbo) ou verbais (quando elas têm verbo).

As frases verbais (aquelas que têm verbos) também são chamadas de orações (e daqui em diante as chamaremos de orações).

Oração: é a frase que possui um verbo

Sendo assim, a frase "ai meu Deus" é uma frase nominal (não tem verbo), enquanto que "viva intensamente cada dia" é  uma oração (frase verbal), já que tem um verbo (o verbo é "viver", que está conjugado como "viva").

E se tivermos mais de uma oração (uma atrás da outra) teremos um período (um conjunto de orações). Como cada oração tem somente um verbo, basta contar o número de verbos para saber quantas orações existem dentro de um período. Então, as frases "viva cada dia como se ele fosse o último porque um dia você acerta" é um período composto por três orações (basta contar os verbos: "viva", "fosse", "acerta").

Período: conjunto de orações

Beleza?

E os períodos podem ser simples (formados apenas por uma oração, ou seja: têm só um verbo) ou compostos (formados por duas ou mais orações, ou seja: têm dois ou mais verbos).

Agora, nós vamos começar a estudar as orações (as frases verbais).

Sujeito, Verbo e Complemento

A oração geralmente é formada pelo sujeito (que realiza a ação), pelo verbo (palavra que geralmente indica ação) e pelo complemento (completa o sentido da mensagem). Eu digo "geralmente" porque dá para fazer bagunça com isso: existem orações com ou sem sujeito e com ou sem complemento, mas todas têm verbo (porque a oração nada mais é do que uma frase com verbo).

Oração = Sujeito + Verbo + Complemento

 O sujeito é  o termo que desempenha a ação expressa pelo verbo. Veja o exemplo:

João comprou pizza.


Veja que quem fez a ação de comprar a pizza foi o João. Logo, João é o sujeito da oração (é ele quem pratica a ação de comprar). "João" é um substantivo (classe gramatical) que está funcionando como sujeito da oração (função sintática).

Agora, se eu apenas escrever "João comprou", eu deixarei a minha mensagem inacabada (eu não posso terminar a oração aí). Uma pergunta surge: João comprou o quê? Nós precisamos indicar o que o João comprou, ou seja: nós precisamos completar o sentido do verbo "comprar" (precisamos dizer o que o João comprou).

João comprou pizza.


João comprou "pizza". Logo, "pizza" é a expressão que explica o que João comprou. Portanto, "pizza" é um complemento (completa a mensagem da oração). Mais adiante veremos os tipos de complementos.

Pronto: a oração está completa. Todo mundo consegue entender que "João comprou pizza". Nessa oração, "João" é o sujeito, "comprou" é o verbo e "pizza" é o complemento. Se nós tirarmos alguma dessas expressões da oração  a mensagem não terá sentido porque ela ficará inacabada ("sujeito", "verbo" e "complemento" são os componentes mínimos que essa oração precisa ter para poder ter sentido). 

Nós também podemos acrescentar informações adicionais à oração. Essas informações não são obrigatórias (elas apenas dão detalhes à oração). Podemos dizer o sabor da pizza, o lugar onde ela foi comprada, como ela foi comprada, com quem ela foi comprada e por aí vai. Essas informações adicionais são chamadas de adjuntos (mais adiante veremos os tipos de adjuntos).


João comprou pizza de calabresa na Pizzaria do Gato, na semana passada, 
junto com Maria, com o cartão de crédito do irmão.


Todas essas palavras em vermelho são adjuntos, ou seja: são informações adicionais. Já o que está em azul são os componentes básicos que a oração precisa ter para fazer sentido.

Sendo assim, fazer a análise sintática de uma oração nada mais é do que analisar o funcionamento das palavras dentro das orações, classificando-as de acordo com o que fazem dentro da oração, ou seja: descobrir onde está o verbo, o sujeito, o complemento, os adjuntos e por aí vai.

Observação: nunca confunda classe gramatical com função sintática. "João" é um substantivo (classe gramatical) que está funcionando como sujeito da oração (função sintática). "Gato" também é um substantivo (classe gramatical) que está funcionando como adjunto (função sintática).

Se der a louca em mim e se eu disser que o foi o gato que comprou pizza na Pizzaria do João, então o gato passa a ser sujeito e João passa a ser adjunto. Mudamos a função sintática, mas a classe gramatical continua sendo a mesma. 

"E quando eu vou usar isso na minha vida?"

Na hora da prova. A prova faz parte de sua vida...

Bem, para concluir este post, gostaria de dizer que você não precisa se preocupar em decorar e em entender tudo agora. Nós vamos estudar, com calma, paz e amor cada uma das classificações sintáticas. No próximo post, nós só vamos falar somente do sujeito.

Sugestão: antes de avançar para o próximo artigo, dê uma lida no resumo para reforçar os conceitos e as definições que você acabou de aprender. 



Numerais

Olá pessoal, tudo bom?

Seguindo o nosso roteiro de estudos, hoje nós vamos falar sobre os numerais, que são palavras associadas a quantidades e ordens numéricas.



Os numerais podem ser classificados da seguinte forma:

 Numerais Cardinais 
- aqueles que indicam uma quantidade, iniciando de "um" em diante (um, dois, três, etc...), podendo ser representados pelos algarismos arábicos (1, 2, 3...)

 Numerais Ordinais  - aqueles que indicam a ordem ou posição (primeiro, segundo, terceiro, etc...)

 Numerais Fracionários  - aqueles que indicam divisão (meio, terço, quinto etc...)

 Numerais Multiplicativos  - aqueles que indicam aumentos proporcionais (dobro, triplo, etc...)



Tenho o dobro da sua idade (multiplicativo)

Como eu estou de dieta, vou comer somente um terço da pizza (fracionário)

Fiquei em trigésimo lugar (ordinal)

Quem pegou os quatro pedaços de pizza que estavam aqui??? (cardinal)

Não fui eu!


 Numerais ou substantivos coletivos? 

Também são numerais as palavras que expressam um conjunto específico de elementos, como por exemplo: década (10 anos), dúzia (12 elementos), par (2 elementos), novena (9 dias). Porém, tenha cuidado para não confundir numerais com substantivos coletivos

Por exemplo: um molho de chaves indica um conjunto de várias chaves, mas "molho" é substantivo coletivo. Observe que "molho" não indica uma quantidade específica de elementos, mas sim apenas indica um agrupamento de chaves, sem definir quantas são. Por outro lado, em uma dúzia de chaves, eu sei que se tratam, exatamente, de 12 chaves. A palavra "dúzia" indica uma quantidade específica de elementos e é um numeral.


 Escrita por extenso 

Segundo o gramático Domingos Paschoal Ceglla, para escrevermos os números por extenso, devemos intercalar a conjunção "e" entre as centenas e as dezenas e entre estas e as unidades. Não usamos vírgula entre uma classe e outra. Exemplo:

10.147.243 = dez milhões cento e quarenta e sete mil duzentos e quarenta e três. 



Artigo

Olá pessoal!

Dando sequência ao nosso roteiro de estudos sobre classes gramaticais, hoje nós vamos estudar o que são artigos. A função principal dos artigos é determinar ou indeterminar os substantivos a quem eles se referem.



Para tanto, existem dois tipos de artigos:

Artigos definidos: o, a, os, as
Artigos indefinidos: um, uns, uma, umas



ARTIGOS DEFINIDOS X ARTIGOS INDEFINIDOS

É importante entender a diferença de uso entre os dois tipos de artigos. Veja o exemplo abaixo:


Ronaldo é um amigo meu. 
Ronaldo é o meu amigo. 


Você conseguiu notar alguma diferença de sentido entre as duas frases?

Quando eu digo que Ronaldo é "um amigo meu", o uso do artigo indefinido ("um") dá a entender que Ronaldo é um amigo qualquer, genérico, assim como outros amigos. 

Porém, quando eu digo que Ronaldo é "o meu amigo", o uso do artigo definido ("o") dá a entender que ele é um amigo importante, específico, ou seja: não é um amigo qualquer. 

Portanto, é importante entender bem essa diferença: os artigos definidos ("o", "a", "os", "as") se referem aos substantivos de forma específica e definida, enquanto que os artigos indefinidos ("um", "uma", "uns", "umas") se referem aos substantivos de uma forma mais genérica e vaga. 

Vamos ver outro exemplo:

Querida, encontrei um urso no quintal.

Querida, encontrei o urso no quintal. 

A primeira frase dá a entender que encontrei, no quintal, um urso qualquer, genérico (como qualquer outro), enquanto que a segunda frase dá a entender que encontrei um urso específico, como se eu já conhecesse esse urso. 






Os artigos podem se unir com outros termos. Por exemplo: "Entrei NO ônibus" (no = em + o) ou "entrei NUM ônibus (num = em + um)". Porém, nós vamos estudar isso com mais calma depois. 











Colocação Pronominal

Você já viu aqui quem são os pronomes. Agora, vamos estudar a Colocação Pronominal.

 Não me convença a comprar essa BMW. 
 Não convença-me a comprar essa BMW.



O exemplo escrito de modo correto é o primeiro (não me convença a comprar essa BMW). Saber quando o pronome pessoal vem antes do verbo (me convença) ou depois (convença-me) ou até mesmo no meio (convencer-me-á) é tarefa da Colocação Pronominal. Existem regras que devemos saber ao empregar pronomes. 

Vejamos:

Próclise - o pronome vem antes do verbo 

Em orações com sentido negativo

Não me convença a comprar essa BMW 
(seria errado escrever "convença-me")

Depois de pronomes interrogativos:

Quem te disse que era para carregar o carro? 
(seria errado escrever "quem disse-te")



Depois de pronomes demonstrativos:

Aquilo me fez cair 
(seria errado escrever "aquilo fez-me cair")


Antes de verbos no gerúndio 

Em se tratando de emprego, a caixa de Skinner era melhor 
(seria errado escrever "em tratando-se de emprego")


Depois de advérbio (ou locução adverbial)

Ontem me forneceram muitos materiais de auxílio ao professor
(seria errado escrever "ontem forneceram-me")


Basicamente, são nessas ocasiões que usamos a próclise (pronome antes do verbo). 

Mesóclise - o pronome é usado no meio do verbo 

Usamos a mesóclise quando o verbo estiver conjugado no futuro. Trata-se de um uso mais formal e culto. 

Comprar-te-ei um chapéu!


Ênclise - pronome depois do verbo 

Se nenhuma dessas regras se enquadrarem no uso do pronome, então você pode usar a ênclise (pronome depois do verbo).

Disseram-lhe que estava um pouquinho acima do peso para usar a roupa do Spider Man. 






Preposição

 A preposição nada mais é do que um termo que faz a ligação entre os termos da oração. É uma palavra invariável, ou seja, não se flexiona (em número, grau, etc...)



Jarbas gosta de cachorro-quente



O termo "de" é uma preposição. Essa palavra  liga o verbo "gostar" ao "cachorro-quente". Ou seja: as preposições são palavrinhas curtas que ligam os termos entre si e elas são invariáveis (elas não mudam: são constantes). Alguns verbos exigem a preposição, enquanto que outros não exigem. Por exemplo: o verbo "gostar" precisa da preposição "de" (alguém gosta de alguma coisa), enquanto que o verbo "fazer" não precisa (alguém faz alguma coisa). 



Bem, agora não resta muito o que falar.Vamos logo ver quem são elas...

São preposiçõesa, após, ante, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás.

Locuções Prepositivas: palavras combinadas que também funcionam como preposição

abaixo de, acerca de, a fim de, ao lado de, apesar de, através de, de acordo com, embaixo de, em frente a, em vez de, junto de, para com, perto de, por entre.

Classificação

As preposições, ao ligarem os termos, indicam algumas ideias. Vejamos o exemplo:


Geraldo e Jânio conversavam sobre carros.


Observe que a preposição "sobre" confere a ideia de "assunto". De mesmo modo, as preposições podem indicar outras ideias, como modo (Geraldo morreu de preguiça), lugar (Jarbas mora em Pato Branco), finalidade (Jânio pegou o revólver e atirou na lâmpada para apagar a luz), meio (José foi ao trabalho de helicóptero) e assim por diante.



Pronomes (classificação)

Os pronomes podem ser classificados em:


Pronomes Possessivos

Os pronomes possessivos são usados para indicar posse.

Exemplos: meu, meus, minha, minhas, teu, teus, tua, tuas, seu, seus, sua, suas, nosso, nossos, nossa, nossas, vosso, vossos, vossa, vossas, dele, deles, dela, delas.


Tobias gosta de dirigir meu carro.

Gifs engraçados de meme



Pronomes Demonstrativos


Os pronomes demonstrativos "apontam" para alguma direção, ou seja: se referem a uma pessoa ou a alguma coisa no tempo, no espaço físico ou no próprio texto.

Exemplos: este, estes, esse, esses, esta, estas, essa, essas, isto, isso, aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo.


Aquele balanço é muito seguro.




Se você tiver dúvidas sobre a diferença entre "esse" e "este", dê um clique aqui.


Pronomes Relativos

Esses pronomes são usados para retomar alguma palavra ou expressão anteriormente mencionada no texto, evitando, assim, a repetição de palavras. 

Observe o exemplo:


A cantora que acabou de se apresentar é ótima.



Nesse exemplo, o pronome "que" retoma o substantivo "cantora", evitando, assim, a repetição da palavra ("a cantora acabou de se apresentar", "a cantora é ótima").

Exemplos de pronomes relativos: o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas, que, quem.


Pronomes Pessoais 

São aqueles que fazem referência às pessoas do discurso (eu, tu, ele ou ela, nós, vós, eles)

Podem ser de dois tipos: caso reto e caso oblíquo.

Pronomes pessoais do caso reto: na sintaxe, cumprem o papel de sujeito da oração. São eles: eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas. 


Eu queria um Grill, mas ela queria um ferro novo. 


Pronomes pessoais do caso oblíquo: na sintaxe, funcionam como complemento da oração. São eles: me, te, se, lhe, lhes, nos, vos, se, si, o, a, os, as.


Desculpe-me! Comi todo o bolo que nos entregaram.


Pronomes de Tratamento

São aqueles usados para se referir, de um modo respeitoso, a alguém.


Vossa Majestade deseja algo?




Exemplos: Vossa Majestade (reis e imperadores), Vossa Senhoria (funcionários graduados), Vossa Excelência (altas autoridades), Vossa Santidade (papa), Vossa Alteza (príncipes e duques).

Vossa X Sua 

Se usa "vossa" para se falar diretamente com a autoridade e "sua" quando se fala sobre a autoridade para outra pessoa.

Vossa Majestade: vais te catar! Estou de saco cheio! (estou falando diretamente com imperador).

Eu disse a Sua Majestade para que se catasse (estou falando com outra pessoa sobre o imperador)

Você 

O termo "você" também é pronome de tratamento, enquanto o "tu" é pronome pessoal (do caso reto).


Pronomes Interrogativos 


São usados para formular perguntas. Lembre que nem toda pergunta precisa de ponto de interrogação: as perguntas indiretas não usam ponto de interrogação.

Diga qual música você vai dançar. (pergunta indireta)
Qual música você vai dançar? (pergunta direta) 


Dança muito bem!



Exemplos: que, quem, qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.

Pronomes Indefinidos 

São aqueles que se referem a um termo de forma genérica ou vaga. 


Alguém, em algum lugar, comprou alguma coisa para ninguém.

Quem comprou o quê?



São eles:

Variáveis: Algum, alguma, alguns, algumas, nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas, todo, toda, todos, todas, outro, outra, outros, outras, muito, muita, muitos, muitas, pouco, pouca, poucos, poucas, certo, certa, certos, certas, vário, vária, vários, várias, quanto, quanta, quantos, quantas , tanto, tanta, tantos, tantas, qualquer, quaisquer, qual, quais, um, uma, uns, umas.

Invariáveis: algo, tudo, nada, quem, alguém, ninguém, outrem, cada, que.




Seu ou teu?

O seu cachorro está com fome porque você não deu comida a ele.
O teu cachorro está com fome porque tu não deste comida a ele 



E aí? Qual a diferença básica entre o uso do "seu" e do "teu".

Como podem ver, a diferença se baseia no "tu" e no "você". Sempre que você usar "tu", o possessivo é "teu". Sempre que usar "você", o possessivo é "seu"

Verbatim!

Crédito da imagem:
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